sábado, 26 de dezembro de 2009

PAULO EM TESSALÔNICA E BERÉIA

(FINAL)

O texto bíblico do FATO deste número se encontra no Livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 17, versículo11, que diz: .

4 - OUVINTES TÍPICOS

Três classes de ouvintes aparecem e suas atitudes são perfeitamente discriminadas: OS JUDEUS DESCONTENTES, que cheios de inveja e de ódio, e perseguiram os missionários de modo lamentável; OS NOBRES de Tessalônica, judeus e gentios prosélitos, que receberam a Palavra com bom coração e ficaram convertidos; e os MAIS NOBRES DE BERÉIA que ouviram o Evangelho, examinaram as doutrinas com carinho e professaram sua fé viva no Senhor.

Podemos sintetizá-los assim:

1 - 0S DESCRENTES - Ouviram a Palavra. Ficaram zangados. Promoveram grande perseguição. Atacaram os missionários. Procuraram dificultar a pregação onde estava sendo abençoada.

2 - NOBRES DE TESSALÔNICA - Ouvirama Palavra. Ficaram persuadidos da verdade. Tornaram-se crentes. Protegeram os missionários.

3 - OS MAIS NOBRES DE BERÉIA - Ouviram a Palavra. Examinaram as Escrituras. Receberam o Evangelho. Professaram a fé.

As palavras '"MAIS NOBRES", no texto, são literalmente: , isto é, "bem nascidos" ou "mais bem nascidos". Originalmente, o termo refere-se à nobreza pelo nascimento, pelo sangue, pela linhagem; mas, aqui no texto, significa antes uma qualidade moral e intelectual, um estado de alma, de coração. Quer dizer que os bereanos foram "mais nobres" no sentido de serem mais generosos, mais cândidos, mais cordados e mais sinceros e honestos na recepção da Palavra do que os judeus de Tessalônica. Foram, no sentido moderno, "mais liberais e distintos" no ouvirem a mensagem e em receberem-na.

A pregação da Palavra exige exame, raciocínio, juízo e pesquisa dos bons ouvintes. A fé é pelo ouvir, e o ouvir é pela Palavra revelada -- único Padrão que resolve doutrinas e credos.

Os "nobres" ouvem e examinam tudo com atenção, cuidadosamente, com método, diariamente, tendo a devida coragem para aceitar e professar a verdade adquirida pelo exame feito.

5 - PRÁTICA

a - A Bíblia é o livro por excelência do Cristianismo, a Bíblia lida, anunciada, examinada e crida com bom coração.

b - A recepção ou recusa da mensagem evangélica não é simples problema de índole, de temperamento, de situação geográfica, de civilização ou de cultura ou incultura de alguém ou de um povo. É problema espiritual. Tessalônica e Beréia eram cidades que ficavam perto uma da outra; eram cidades cultas; possuiam sinagogas; os judeus, em ambas, ouviram a mesma mensagem; os pregadores eram os mesmos; usavam os mesmos métodos e dias para a pregação. Todavia, o judeus de Tessalônica, na sua maioria absoluta, não receberam a Palavra, ao passo que os de Beréia aceitaram-na com nobreza.

c - As perseguições, com a graça de Deus, promovem a difusão do Reino divino. Os tessalonicenses rebeldes e maus, que tentaram abafar a obra, se serviram do instrumento a uma maior e melhor expansão da causa, que deitou raízes permanentes em Beréia.
Reflexões de Assis Ferreira da Silva extraída de seu site FoLHA DO ASSIS

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O Acidente que Mudou a Minha Vida -2

Quando fui para o quarto do hospital, sentia que minhas forças tinham sido renovadas. Acreditava que estava bem e livre de qualquer perigo, contudo não imaginava o que ainda estava por vir.

Percebi que meu braço e perna direita estavam enfaixados. Tanto a minha perna como o meu braço, necessitavam da troca diária de curativos. Porém, o braço era o que mais me preocupava, pois doía muito. Havia momentos em que achava que iria morrer, tal a intensidade da dor, era muito forte e esmagadora. Toda vez que a enfermeira trocava os curativos, meus gritos ecoavam pelo corredores do hospital.
No entanto, o que ainda não sabia, era que a dor que estava sentindo havia sido causada por uma infecção que havia tomado conta do meu braço, ou seja, a famosa gangrena. Gangrena para quem não sabe, é uma necrose isquêmica (falta de suprimento sanguíneo, e consequentemente falta de oxigênio) que dá nas extremidades de um braço, mão, perna ou pé) seguida de invasão bacteriana e putrefação. No meu caso, a gangrena atingiu as extremidades do meu braço.

Fiquei sabendo sobre essa infecção através de um médico chamado, Dr. Gilberto, cujo sobrenome não me recordo agora. Ele foi até o meu quarto para saber a causa de tantos gritos e sofrimento. Até então, nenhum dos enfermeiros e médico que estavam me acompanhando tinham comentando comigo ou com meus pais sobre essa infecção. Não tenho certeza, mas pode ser que a gangrena tenha atingido meu braço por descuido médico. No entanto, o que posso afirmar era que a dor estava piorando a cada dia.

Segundo o Dr. Gilberto, se não fosse realizada uma cirurgia para amputação do braço, dentro de vinte e quatro horas eu morreria. Dois enfermeiros vieram conversar comigo para dizer o que aconteceria na cirurgia a qual eu seria submetida. Olhei para o rosto de cada enfermeiro e pude perceber como eles estavam penalizados e ao mesmo tempo desorientados. Não deve ter sido fácil para os enfermeiros, dar uma notícia como essa para uma garota de onze anos. Lembro-me que chorei tanto quando eles terminaram de me contar. Porém, eu tinha duas opções: ficar com o braço e morrer ou ficar sem ele e viver.

Fui levada para a sala de cirurgia, e após aproximadamente quatro horas me levaram de volta ao quarto do hospital.

No quarto, ainda anestesiada, pude perceber que meu braço já não estava mais ali...Novamente chorei, mas não estava tão assustada. Não sei se porque ainda era criança, mas não fiquei tão desesperada. O que passava na minha cabeça naquele momento era que um dia ainda poderia recuperá-lo. Não sei de que forma, mas acreditava nisso. Pensando dessa maneira, sentia que minha coragem novamente estava voltando.

Dois dias após minha cirurgia, tive uma sensação estranha, era como se meu braço ainda estivesse ali. Podia sentir meu braço, minha mão, podia abrir e fechar a mão, levantar e abaixar o braço. Meus olhos não viam, mas eu podia sentir. "Será que eu estava enlouquecendo", pensei. Felizmente não estava enlouquecendo, para esse tipo de sensação, os médicos usam o termo “membro-fantasma”. Segundo eles, a área que representa as sensações que sentia no meu braço estava intacta no cérebro. Para o cérebro é como se o meu braço ainda estivesse lá.

Sentia também uma dor ardente, como se fosse uma espécie de choque, só que bem de leve. Essa dor era muito forte e me incomodou durante um bom tempo. De acordo com os médicos, esta "dor do membro fantasma" é produzida pela ausência de impulsos nervosos do membro. Pois, quando um membro é seccionado, produz uma violenta descarga lesional em todos os tipos de fibras. Esta excitação diminui rapidamente e o nervo seccionado torna-se silencioso, até que novas terminações nervosas comecem a crescer. Isto implica que o sistema nervoso central dá conta da falta de influxo normal. No início, a dor que eu sentia, era constante, mas depois foi diminuindo bastante.

Na próxima oportunidade, contarei mais detalhes sobre o membro e a “dor fantasma”.

Penso que depois de amputada, mesmo após tanto sofrimento, o importante disso tudo é que mais uma vez consegui sobreviver. Para mim, nada é mais importante do que a vida!

Queridos leitores, vivam a vida da melhor maneira que puderem!

Texto escrito por Vera (Deficiente Ciente)

domingo, 13 de dezembro de 2009

O acidente que mudou a minha vida - Parte 1

Dia quatorze de novembro, uma data que jamais esquecerei em toda minha vida. Nesse dia, acordei bem cedo, olhei o céu e o dia estava simplesmente lindo! Como um dia como aquele poderia terminar de uma maneira tão trágica.

Segundo meu pai, antes do acidente, ele teve muitos pesadelos. Ele também disse que chegou a sonhar com que relatarei agora. Não sei se foi mau presságio ou uma fatalidade, mas aconteceu...

Exatamente às cinco horas da tarde eu e meus três irmãos assistíamos o seriado Sítio do Pica Pau Amarelo, não perdíamos um capítulo sequer. No entanto, naquele dia fugimos da nossa rotina e não ficamos na sala de casa, como era de costume, para assistir o seriado. Até hoje não entendemos o porquê de não ficarmos na sala. Por que exatamente naquele dia não ficamos ali, quietinhos, sentadinhos, como sempre fazíamos? Existem certos acontecimentos em nossas vidas que fogem da nossa compreensão e do nosso entendimento. E assim eu e meus irmãos fomos para a frente de nossa casa para brincar. Eu tinha onze anos e meus irmãos respectivamente: dez, oito e três anos de idade.

Fiquei ali, embaixo da marquise de casa, pulando corda com meu irmão do meio. Enquanto isso, meu outros irmãos brincavam quase perto da calçada. No momento em que pulávamos corda, eu e meu irmão brigamos, ele parou de brincar e se juntou aos meus outros irmãos. Incrível, só foi o tempo dele sair, para que uma parte da marquise desabasse sobre mim. Foi tudo tão rápido, de repente eu me vi coberta por grandes pedras de concreto e ferro, estava presa no meio de tudo aquilo. Não desmaiei, estava consciente, mas não entendia como tudo aquilo foi parar em cima de mim. Só conseguia ver uma vizinha gritando e desmaiando. Pensava comigo mesma, “Me tirem daqui, por favor!”, pois naquele momento não conseguia falar. Não sentia nenhuma dor, era como se todo o meu corpo estivesse anestesiado, acredito que se sentisse dor morreria naquele momento, pois seria insuportável. Minha mãe era a única pessoa em quem eu podia sentir força e coragem. Meu pai tinha acabado de voltar do trabalho e quando viu tudo aquilo se trancou no banheiro, foi preciso a ajuda dos bombeiros para retirá-lo de lá. Em relação aos meus irmãos, o mais velho só chorava, o do meio fazia um buraco na areia, pois dizia que queria se enterrar vivo e o mais novo gaguejava. Não foi só eu quem sofreu o acidente, mas toda minha família.

Naquele momento as pessoas não sabiam o que fazer, então minha mãe, com toda coragem que possuía e possui, pediu aos vizinhos para que retirassem os escombros que estavam em cima de mim. Após a retirada dos mesmos ela me enrolou num lençol, enquanto ela me enrolava no lençol, via o estado em que tinha ficado meu braço e minha perna direita, meu braço estava mais comprometido. Perdi muito sangue. Minha mãe me carregou até o táxi solicitado por um vizinho. Coitado do taxista, deve ter ficado chocado em ver uma cena como aquela: eu segurando o meu braço direito todo dilacerado e minha mãe segurando minha perna também dilacerada, o sangue tomando conta do banco traseiro e eu gritando para minha mãe e para ele que não queria morrer. Dizia constantemente: Moço, corre mais rápido! Eu não quero morrer! Tenho uma vida pela frente! Ele e minha mãe me acalmavam e diziam que tudo terminaria bem.

Quando dei entrada no hospital, sentia que minhas forças estavam me abandonando. Sentia que tudo estava terminando para mim. Nesse momento, tive duas sensações estranhas, é muito difícil relatar sobre isso, tentarei explicar, mas acredito que somente quem passa por uma situação como essa sabe do que estou falando. A primeira sensação era muito boa, de entrega, de paz, me forçava a ir embora, sentia que se eu fizesse aquilo todo meu sofrimento acabaria. A segunda sensação era bem diferente da primeira, era preciso lutar incansavelmente, reagir para não ir embora, me esforçar ao máximo. No meu íntimo, queria me entregar aquela sensação agradável, mas ao mesmo tempo não queria ir embora, precisava reagir, precisava ficar, tinha muitas coisas ainda para fazer, tinha uma vida para viver... e foi nesse exato momento que eu abri os olhos e consegui dizer ao enfermeiro, que tinha acabado de me colocar na maca, que não conseguia respirar. Imediatamente ele correu e me trouxe o balão de oxigênio.

Fui levada ao centro cirúrgico e permaneci lá por quatro horas. Antes da cirurgia, o médico disse a minha mãe que a minha chance de sobrevivência era nenhuma, devido a gravidade dos ferimentos. Havia perdido muito sangue e ele acreditava que eu não resistiria a cirurgia. Contudo, minha mãe continuou confiante, acreditando em Deus e na minha recuperação. Ela disse dessa maneira ao médico: "Antes da minha filha estar nas suas mãos, ela está nas mãos de Deus".

Após quatro horas de cirurgia, o médico veio comunicar a minha mãe que eu tinha conseguido sobreviver e que foi um milagre.

Sai da sala de cirurgia e fui encaminhada para a U.T.I.(Unidade de Terapia Intensiva), pois existia ainda a possibilidade de risco de morte. No segundo dia de U.T.I., consegui abrir pela primeira vez os olhos, após a cirurgia. Percebi que havia sobrevivido, percebi que ainda tinha uma vida para viver e que dali para frente teria que aproveitá-la muito bem. Depois de uma semana na U.T.I., fui encaminhada para o quarto do hospital, onde permaneceria por três meses. Do quarto podia ver o céu, e por incrível que pareça, o dia estava lindo...

Quero aproveitar este espaço e agradecer a todos que me ajudaram nessa difícil batalha: primeiro a Deus, se não fosse por ele não estaria aqui contando a história, as pessoas que me doaram sangue, aos vizinhos, ao taxista, aos enfermeiros, ao médico e a minha família, principalmente aquela que por nenhum segundo duvidou da minha recuperação e que esteve e está sempre ao meu lado, minha querida mãe.

Texto escrito por Vera (Deficiente Ciente)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Paranóia gerencial: Estudos de casos

Realmente é mais fácil dissertarmos contra algumas teorias do que elaborarmos nossas próprias, principalmente em se tratando de Deus. As chances de que uma teoria humana sobre Deus e seu Reino esteja equivocada são enormes, seja ela qual for.

Por isso talvez Jesus optou por parábolas, comparações, figuras e imagens e não por caixotes lógicos hermeticamente fechados.

Por exemplo, Ele nunca disse você terá muitas pessoas sobre seu comando, ou você liderará (terá autoridade) sobre muitos. Simplesmente disse, você será pescador de homens e apascente minhas ovelhas. Pescar e apascentar podem significar e significam de fato muitas coisas.

O mesmo acontece com sua Igreja. Aquela que Ele disse que edificaria.

Alguém já achou uma boa desculpa dizendo que a Bíblia não nos instrui sobre tudo, como tudo deve ser feito na igreja. É verdade… Assim cria-se artifícios mil. Mas será que no pouco que a Bíblia nos instrui não estaríamos sendo há muito negligentes?

A evidência da dominação da ótica gerencial sobre o mundo eclesiástico pode ser vista nas palavras da moda, como: propósito, plano, missão, estratégico e outras do gênero.

Vejamos alguns exemplos reais:

Visão: Ser uma comunidade de amor, multiplicadora de discípulos de Jesus.
Missão: Trazer pessoas a Jesus, edificar os cristãos e juntos adorarmos a Deus, servindo a Cristo na comunidade e no mundo.
Nós existimos para celebrar a presença de Deus Esta é a prioridade número um de nossa igreja, porque esta é a prioridade número um de nossas vidas.
ser um sinal histórico do reino de Deus. Cremos que o ministério da Igreja é extensão do ministério terreno de Jesus
Nossa história…
Lembro-me que estava em Amsterdam em 1999 a primeira vez que ouvi sobre esse blá blá blá de propósitos para igreja. No mundo empresarial essa moda já havia pegado há algumas décadas antes.

Tudo é muito bonitinho, didático e hermeticamente fechado. Só me irrita o total despropósito dos propósitos. Não consigo imaginar em hipótese alguma (a não ser num filme do Monty Phyton ou Mel Brooks) essas sentenças nos lábios de Jesus.

Já que me propus a estudar os casos examinemos as sentenças:

Ser uma comunidade de amor!? Não seria óbvio demais? Tem certas coisas que não precisam ser ditas, e ainda que ditas não precisam ser escritas de forma emblemática. Isso é tão redundante como dizer que nossa igreja tem como visão ser uma igreja…
Trazer pessoas a Jesus: Esse é o que eu mais gosto e merece uma análise mais profunda! Pois no fundo a máquina só funciona se a pirâmide for construída se a bola de neve rolar. Mais um pra Cristo! (Gostaria de ver pessoas que escrevem isso pegarem suas famílias e irem para a Arábia, Indonésia, Turquia ou lugares onde o Evangelho de fato ainda não foi anunciado). Imagine um time de futebol com o alvo de ganhar mais torcedores. Não dá. O alvo é vencer, jogar bonito. Ninguém precisa saber grego para entender que o ide significa "indo", basta ler os exemplos dos Evangelho e do livro de Atos. Jesus disse: quando eu for levantado todos atrairei. Paulo foi contundente, quando estou fraco é que estou forte. Não são as técnicas e as estratégias e muito menos a busca obstinada por almas que nos renderão mais irmãos. É o viver simples e o simples viver. Uma mão levantada, uma oração de entrega, um batismo não significava e nunca significará mais uma alma sendo salva, a não ser nas estatísticas ferozes dos líderes ambiciosos.
Nós existimos para celebrar… De fato esse propósito poderia parar aqui. Não há coisa melhor do que uma boa celebração! Adorar se resume mesmo em louvar, cantar e cantar no culto. Por ser um tema tão batido dispensa outros comentários.
ser um sinal histórico do reino de Deus - respeito o pastor da igreja da qual retirei essa curta linha. É mesmo bem elaborado, pois estão aqui dois termos muito importantes, "história" e "Reino de Deus". Além de toda a visão seguir uma linha lógica impecável. Peca todavia na técnica de estabelecer um visão. Por que não? Simples, porque somos igreja e não uma organização, não somos uma empresa. E até mesmo nas empresas essa paranóia dá nojo pois homens não são máquinas para serem programadas. O jogo se passa nos bastidores. A ideologia está por trás da propaganda e as razões estão ocultas no subconsciente. Porque então inventar? Tem algumas coisas que funcionam melhor se não forem ditas. Imaginemos por exemplo uma visão para indivíduos: minha visão é ser um homem adorador, constituir uma família, ganhar um salário X, influenciar meus vizinhos ou qualquer coisa do gênero. A partir do momento que sou guiado por uma visão passo a ser um tolo, que não sabe o que quer, não sei do que gosto e preciso de uma visão para me direcionar. E um tolo maior ainda me pergunta: Qual é a sua visão de vida?? Não tenho visão de vida. Eu vivo. Enquanto estou vivo estou feliz. Preciso para fechar fazer mais duas considerações: a) Imagine Jesus falando para aquela gente simples: queremos ser um sinal histórico do reino de Deus… Jesus! Que viveu 90% de sua vida sem nem ser percebido, pacatamente numa carpintaria. b) Alguém já lembrou bem da frase, "pra quem não sabe onde quer chegar todo vento é bom". Mas não foi isso mesmo que Jesus falou, não sabe de onde vem nem pra onde vai?
Acho que essas declarações só servem como atestado de incompetência para medirem nossa falta efetividade e de integridade.

Então você me pergunta, qual é minha sugestão?

Provavelmente eu ainda deva ter uma ou duas…

Poderá também gostar de:


Extraído daoa Blog TEOLOGIA LIVRE de Rogério Brandão

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PAULO EM TESSALÔNICA E BERÉIA

O FATO: PAULO EM TESSALÔNICA E BERÉIA

(PRIMEIRA PARTE)

O texto bíblico do FATO deste número se encontra no Livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 17, versículo11, que diz:.

1 . INTRODUÇÃO

Deixando Lucas em Filipos, Paulo, Silas e Timóteo prosseguiram o seu caminho para o oeste, pela grande estrada da romana conhecida por via Inácia.

epois de viajarem cerca 53 km, chegaram à cidade de Anfílopes, situada perto da foz do rio Estrimão. Continuando por mais uns 43 km, chegaram a Apolônia, que atravessaram, chegando ao objetivo da sua viagem, Tessalônica, metrópole da Macedônia, 59 km de Apolônia e cerca de 160m de Filipos.

2. EM TESSALÔNICA

Chegando a Tessalônica com os auxiliares Silas e Timóteo, Paulo, como costumava praticar, procurou descobrir se havia na cidade alguma sinagoga ou ponto de pregação. Achando uma congregação organizada, dos judeus, iniciou com vigor e com muita esperança o trabalho em Tessalônica (1 Tessalônica 1.4-10; 2.7-12).

Durante um mês mais ou menos, em cada sábado, que era o dia de guarda e de folga dos judeus o apóstolo expunha aos patrícios, com a Escritura em mãos, as doutrinas cristãs, especialmente as que diziam respeito às profecias messiânicas, procurando documentar que Jesus, o Crucificado em Jerusalém, era o Cristo, o Rei e Salvador de seu povo e de todos os que nele crêem.

Como fruto dessa pregação fiel, creram alguns dos judeus, os quais se uniram aos missionários, bem como grande número de prosélitos gregos e não poucas mulheres de distinção. Organizou-se uma igreja como um princípio esplêndido de trabalho cristão numa grande cidade. A causa, porém, não havia de prosperar sem perseguição. Os judeus que não quiseram crer empregaram, na sua inveja, um grupo de vagabundos que, levantando em pouco tempo um grande motim, e com enorme algazarra, cercaram a casa de Jason, hospedeiro de Paulo e Silas, a quem esperava maltratar e talvez até matar. Não encontrando lá os missionários, arrastaram Jason, a fim de apresentá-lo às autoridades, gritando a sua acusação (Atos 17.6,7). Se bem que o povo e seus governadores achassem grave essa acusação, nada fizeram senão



exigir satisfação de Jason, que era sem dúvida cidadão respeitado e rico, bem como dos seus companheiros, sendo depois postos em liberdade. Diante de tal excitação popular, tornou-se impossível a Paulo e Silas continuar o trabalho em Tessalônica. Os irmãos, pois, os enviaram de noite a outro campo de trabalho mais favorável.

CONTINUA NO PRÓXIMO NÚMERO)
Texto extraído de FOLHA DO ASSIS http://www.folhadoassis.xpg.com.br

domingo, 8 de novembro de 2009

O FATO: PAULO: VISÃO CELESTIAL

(FINAL)

4 - Uma Guinada de 180 Graus (vv.20-30)

N�o � de se admirar que tantos s�bios tenham dito que nenhuma outra convers�o se cp,para � de Saulo de Tarso.

a) Ele visita as sinagogas n�o mais como "terror por todos os lados", mas como irm�o e mensageiro do Cristo que � o Filho de Deus (v.20). A obra � de Deus, antes que nosssa!

b) Este fato espanta a todos: crentes e descrentes (21). O exterminador � agora servo do Nazareno perseguido. Saulo n�o parava; n�o se detinha. Cada vez mais forte, confundia os judeus e provava que Jesus � o Cristo (v.22).

c) Se Cristo, o Filho de Deus, foi v�tima da ferocidade dos judeus, e Saulo de Tarso? Pior ainda! Jesus foi sempre encarado como inimigo dos judeus, enquanto que Saulo foi uma grande autoridade judaica. Era o homem de confian�a, o bra�o direto do Sin�drio, assim podemos dizer. � agora "quinta coluna", traidor, "persona non grata". Precisa ser eliminado (vv.23-25).

d) Ao regressar a Jerusal�m n�o procura o Sin�drio, e, sim, os disc[ipulos do Senhor (vv.26-30). Naturalmente que ele espanta tanto aos disc�pulos quanto aos judeus. Os disc�pulos s�o convencidos de que mais um milagre ocorrera na Seara; os judeus s�o convencidos de que teriam de destruir um ex-companheiro de juda�smo. Assim, Saulo � enviado a Tarso, sua cidade natal.

O vers�culo 31 � riqu�ssimo e igualmente extraordin�rio. Come�a com a frase: "A Igreja." Ora, com a convers�o de um algoz do calibre de Saulo, n�o � natural que a Igreja gozasse de paz? Principalmente paz interior para cada crente. O inimigo estava abalado e confuso. Ela se edificava. � o modelo da igreja viva que cresce espiritualmente e se agita como as ondas do mar. Ela caminhava no temor do Senhor. O que falta na maioria das igrejas modernas. O temor do Semnhor � o que caracteriza uma igreja totalmente incontaminada do mundo. Ela recebia continuamente o conforto do Esp�rito Santo que a habitava em plenitude. Ela n�o o "outro Consolador"? Confortar inclui toda disciplina que uma igreja precisa receber e nela viver. Ela crecia em n�mero. Ora, para uma igreja com tantos requisitos, � poss�vel esperar outro resultado? E, assim, a Igreja n�o s� � vencedora, mas, sim, mais que vencedora, por meio daquele que a amou e se entregou por ela, para faz�-la sua noiva eterna.
Texto de Assis Ferreira da Silva

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Adeus ao PASTOR FANINI

http://www.youtube.com/watch?v=VYmfLFnzYVM

sábado, 29 de agosto de 2009

BEM AVENTURANÇAS - Os Pobres de Espírito

Bem-aventurados os pobre de espírito, porque deles é o Reino dos céus!


Jesus começa a sua pregação para aquela multidão reunida no monte, em torno dEle, apontando situações humanas comuns que caracterizam a caminhada da humanidade ou situações de dor e sofrimento e o tipo de conseqüência que cada situação poderia produzir. Ele como que sensibiliza e prepara o espírito e o coração de seus ouvintes para tudo o mais que Ele iria apresentar. Fala da pureza, da dor e do sofrimento, das perseguições e do prêmio guardado por Deus aos que são fiéis à sua palavra. E começa com esta sentença:

Bem-aventurados os pobres de espírito,

porque deles é o reino dos céus;





Interpretação ( O que é?)

Bem-aventurado, segundo o Dicionário Aurélio, “Diz-se daquele que, depois da morte, desfruta da felicidade celestial e eterna; santo; beatificado”.


Jesus realça primeiro a pobreza de espírito como um valor especial para aquele que deseja receber o benefício do céu.

A introdução de seu Sermão da Montanha com esta mensagem tem tudo a ver com o pensamento da época e com o público presente, dentre os quais os mais esperançosos, os pobres já desiludidos, os doutores da lei, os sacerdotes e fariseus que estudavam e conheciam profundamente o Velho Testamento e ficavam sempre à espreita de Jesus para ver se Ele caía em alguma contradição. Eles estavam cheios de sua sabedoria intelectual da Bíblia e achavam que ninguém poderia ter nada mais de útil ou de válido vindo de Deus para enriquece-los e nisto eles eram duros de coração. No coração aberto e vazio dos pobres ali presentes estava a esperança, a certeza de que o Messias era Jesus e que a partir dele suas dores e seus sofrimentos iriam terminar. Imaginavam encontrar os caminhos a serem apontados pelo Mestre pois ainda se recordavam do anuncio de João “ Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o Pecado do Mundo” . Era em torno desta fé e desta esperança que foram ao encontro e ao chamamento de Jesus.

Mas o que venha a ser pobre de espírito ( ou ter um espírito ou coração de pobre)?.

A pobreza de espírito se caracteriza pela humildade, por um comportamento humano vazio de si mesmo. A pessoa se revela destituída de qualquer sentimento de orgulho ou de vaidade, não se julga a tal e nem se põe acima das outras pessoas. Revela simplicidade e está sempre ávida por tudo aquilo que possa receber ou adquirir. A pessoa pobre em espírito se encaixa naquele perfil que São Paulo descreve em Coríntios 13 falando sobre o amor . Plageando São Paulo poderíamos até dizer:

"O pobre em espírito é sofredor, é benigno; o pobre em espírito não é invejoso; o pobre em espírito não se vangloria, não se ensorbebece,

não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;

tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, tudo perdoa”.

Estas são as credenciais que devem portar as pessoas pobres em espírito. Elas são destituídas de si mesmas, são pacientes e puras de coração e sempre ávidas das coisas de Deus.

Quanto mais vazia a pessoa está de si mesma mais em condições está para prover-se do espírito de Deus a ponto de poder repetir com São Paulo ‘já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim”.

A Bíblia está repleta de ensinamentos e de situações que revelam presença ou ausência da POBREZA DE ESPÍRITO no coração das pessoas. Citaremos somente algumas como exemplos. Comecemos com a história do fariseu e do publicano fazendo sua oferta a Deus no templo.



Disse Jesus “Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano.

O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: óh Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda como este publicano.

Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho.

Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: óh! Deus, sê propício a mim, o pecador!

Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado”.

Jesus mesmo chama a atenção dos apóstolos dizendo-lhes: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.

O orgulho, a empáfia, a arrogância são contrários aos ensinamentos de Jesus. O céu é para os simples, para os puros, para os humildes. “Se vocês não forem como estas criancinhas.... não entrarão no reino do céu”.

Ser pacientes e generosos uns para com os outros é a permanente mensagem de Jesus.

A pessoa orgulhosa se julga superior às demais e sua prepotência é um impecilho para o amor fraterno.

É por meio do orgulho que outros sentimentos negativos penetram no coração do homem, tais como a inveja, o ciúme, a calunia, a impaciência, a arrogância, a vaidade e, o pior deles, o egoísmo.

A pessoa orgulhosa tem dificuldade para amar, pois este sentimento responde prontamente à principal fraqueza que domina toda pessoa orgulhosa: a vaidade.

A pessoa orgulhosa olha com desdém para seus semelhantes, é avessa a qualquer sentimento de compaixão. Porta-se exatamente ao contrário de quem possui pobreza de espírito.



Augusto Ferreira Neto e

Maria da Conceição Ferreira de Paula

terça-feira, 25 de agosto de 2009

PAULO: PERSEGUIDOR E PERSEGUIDO

(PRIMEIRA PARTE)

Os textos bíblicos do FATO desta quinzena se encontram em 1 Coríntios, capítulo 15, versículo 9 e em 1 Timóteo, capítulo 1, versículos 13, sendo que o versículo central, diz: "A mim que noutro tempo era blasfemo e perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade (1 Tim. 1.13)".

INTRODUÇÃO

"Não é este o que exterminava...aos que invocavam o nome de Jesus? (Atos 9.21). O verbo EXTERMINAR é o mesmo usado para um exército que saqueia uma cidade. Assim como um exército entra numa cidade, a destrói, matando a grande e a pequenos, com cruel brutalidade, deitando-a ao pó da terra, em total assolação, assim Saulo procurava DESTRUIR a Igreja de Cristo.

1 - DOLOROSAS RECORDAÇÕES

Paulo, em suas cartas, revela como a lembrança dos dias de perseguição aos cristãos ainda apunhalava sua consciência. Ele escreve aos Gálatas: "...como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava."Aquele que antes nos perseguia, agora prega a fé que outrora, procurava destruir" (Gálatas 1.13 e 23). Suas palavras aos Coríntios são mui comoventes: "Porque sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado de apóstolo, pois persegui a Igreja de Deus" (1 Cor. 15.9). Enquanto escrevia a Timóteo, novamente amargas lembranças lhe vinham à mente: "... a mim que noutro tempo era blasfemo e perseguidor e insolente" ( 1 Tim. 1.13). Este último termo é por demais vívido, e significa que Saulo de Tarso se constituiu em juiz e executor da igreja cristã.

Essas lembranças emergem não só de suas cartas, mas também de suas pregações. Ao enfrentar um tumulto em Jerusalém, que queria matá-lo, ele declarou: "Persegui este caminho até à morte, prendendo e metendo em cárceres, homens e mulheres" (Atos 22.4). Em seu discurso ao Rei Agripa, ele afirmou: "... A mim me parecia que muitas cousas devia eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno... Encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matava... obrigando-os até a blasfemar" (Atos 26.9-11). O coração de Saulo era dominado pelo ódio, fúria e amarga hostilidade contra Jesus e contra tudo quanto se achasse relacionado com o nome de Cristo.

2 - POR QUE TANTO ÓDIO?

Esta pergunta é oportuna e importante: Por que Saulo de Tarso odiava de tal maneira, assim a Jesus como a seus seguidores? A resposta é:

1) Porque Jesus reivindicava o título: "Messias de Deus". Os judeus sempre se julgaram o povo escolhido de Deus, os possuidores de uma posição extremamente privilegiada e singular em relação a Deus. Sonhavam com o dia quando seriam o maior povo do mundo. Mas sua história não parecia conduzi-los a esse grande dia: sujeitos aos babilônios, aos persas, aos gregos e agora aos romanos. Eram tão poucos e seu território tão pequeno que, humanamente falando, parecia impossível que seu sonho de grandeza se concretizasse. No entanto, eles criam nas promessas divinas, por meio dos profetas antigos, de que um dia surgiria no cenário da história um personagem especial para libertá-los e conduzi-los por um novo e perene caminho, sendo o seu CHEFE, MESSIAS (na lingua hebraisca) e CRISTO (na lingua grega) são títulos equivalentes a UNGIDO (Salmo 2.2), pertinentes à mesma pessoa -- JESUS CRISTO. Os reis ao serem coroados, eram ungidos com óleo; assim, Messias ou Cristo significava "GRANDE REI DE DEUS".
Texto de Assis Ferreira da Silva
(CONTINUA NO PRÓXIMO NÚMERO)

Extraído do portal FOLHA DO ASSIS http://www.folhadoassis.xpg.com.br

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

SAULO DE TARSO

(ÚLTIMA PARTE)

Os textos bíblicos do FATO desta quinzena se encontram no livro de Atos, capítulo 22, versículo 3 e Epístola de Paulo aos Felipenses, capítulo 3, versículos 1 a 8, sendo que o versículo central, diz: "Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo".

3 - RELAÇÃO COM JESUS E OS APÓSTOLOS

Devido ao seu radicalismo extremos com relação à lei, e ao excesso de minúcias em torno da lei, tornaram-se exclusivistas, portanto ferrenho pesquisadoresdos que pensavam de outro modo. Foram denunciados por João Batista (Mateus 3.7-10). Jesus esteve sempre às voltas com eles. O capítulo 23 de Mateus lança muita luz sobre seu falso caráter. Denominaram Jesus de Belzebu (Mateus 9.34); tentaram ridicularizá-lo (Lucas 16.14); tentaram apanhá-lo em alguma falha (Mateus 22.15,34). FARISEU tornou-se um termo pejorativo, símbolo de hipocrisia (Lucas 18.9-14). Assim vista, a questão de Saulo ter sido fariseu e perseguidor de Cristo e da Igreja se esclarece.

5 - CIDADÃO ROMANO

Saulo não era apenas um cidadão de Tarso e de Jerusalém,mas era também cidadão romano - título honorífico, concedido pelo Império Romano aos heróis. Ele se orgulhava de tão especial privilégio e honra. Ao ser preso e açoitado em Filipos, agora como apóstolo, ele apela para os seus direitos diante dfos magistrados: "Sem ter havido processo formal contra nós, nos açoitaram publicamente e nos recolheram ao cárcere, sendo nós cidadãos romanos... venham eles, e pessoalmente nos ponham em liberdade" (Atos 17.35-40). Ao ser açoitado em Jerusalém, ele pergunta: "Ser-vos-a porventura lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado? (Atos 22.25). Há quem entenda que ao pedir a Timóteo; "...traze...especialmente os pergaminhos" (2 Timóteo 4.13), Paulo se referia ao seu certificado de cidadania romana.

A quem era conferido este título? (1) aos soldados veteranos ao término de sua prestação de serviço militar; (2) um homem podia comprar este título; (3) alguém, ao prestar um grande serviço a Roma, poderia recebê-lo como recompensa especial;. (4) Podia-se recebê-lo por direito de nascimento, quando o pai tinha sido cidadão romano. Este foi o caso de Saulo de Tarso: "Pois eu o tenho por direito de nascimento" (Atos 22.28). E ele jamais o desprezou.
Texto de ASSIS FERREIRA DA SILVA
ExtraídO de FOLHA DO ASSIS http://www.folhadoassis.xpg.com.br

Maria mãe de Jesus, Virgem Maria ou Santa Maria

PARTE FINAL
6) Reacção de José quando soube que Maria estava grávida

Mateus 1:18/25

Afinal, parece que os receios de Maria se confirmaram.

José tencionava casar com Maria, certamente para levar a vida sexual normal de todos os que se casam e nada nos indica que não fosse essa a intenção da própria Maria depois de cumprir a sua promessa de gerar o seu primogénito Jesus, sendo a “porta de entrada” do Cristo, do próprio Filho de Deus no nosso mundo. Essa atitude estava em perfeita sintonia com o contexto veterotestamentário, em que a mulher era tanto mais respeitada quanto mais filhos tivesse, principalmente se fossem meninos. Temos muitos exemplos bíblicos de mulheres que se sentiam infelizes por serem estéreis, nomeadamente a própria Isabel, familiar de Maria.

Perante a Lei veterotestamentária, José tinha o direito de reaver o que tivesse pago ao pai de Maria, e esta seria levada aos Juízes da porta da cidade de Nazaré, que lhe aplicariam o que está estabelecido em Deuteronómio 22:23/24. Era portanto a pena de morte por lapidação para Maria.

Penso que Mateus, ao escrever o seu evangelho, foi muito moderado ao limitar-se a dizer que José “...como era justo...”, não quis levantar escândalo e tencionava simplesmente abandonar Maria e esquecer o problema. Para os primeiros leitores do evangelho de Mateus, bem integrados na cultura judaica, não era necessário dizer mais nada, pois todos sabiam perfeitamente da gravidade do suposto adultério nessa cultura. Mas na nossa cultura, vinte séculos mais tarde, já nem todos conhecem estes pormenores.

Assim, foi necessária a intervenção dum anjo que falou a José, pois certamente que só o testemunho da própria Maria não seria aceite.

José aceitou o testemunho do anjo. Penso que pouco se tem falado de José, nas igrejas evangélicas e mesmo entre os católicos, que tanto falam de Maria, pouco se fala de José. Mas, se Maria foi escolhida, José também foi escolhido por Deus, pois a sua reacção não é a dum homem vulgar se atendermos ao contexto cultural em que eles viviam.



7) Nascimento de Jesus, o Cristo



Lucas 2:1/7

Já muito se tem falado sobre o Natal, e temos alguns artigos sobre o assunto nesta página da internet. Mas, como Maria é o objectivo deste artigo, vou limitar-me a mencionar os factos com ela relacionados.

Já nos referimos à distância e perigos desta viagem da Nazaré até à Judeia, mas desta vez, embora acompanhada por José, certamente muito mais difícil devido ao seu adiantado estado de gravidez. Se Maria não fosse uma jovem forte e saudável, muito dificilmente conseguiria sobreviver a tal viagem.

Foi nessa altura, em Belém da Judeia, que Jesus nasceu. Pela descrição, não se sabe quanto tempo antes ou depois do recenseamento nasceu Jesus, nem se o seu nome foi registado pelos funcionários romanos encarregados do recenseamento da população.

O comportamento de José e Maria, para com o menino, foi o vulgar como judeus que eram. Segundo Lucas 2:21, circuncidaram o menino ao fim de oito dias e posteriormente, supõe-se que aos 33 dias, ofereceram o sacrifício de purificação prescrito em Levítico 12:1/8 a fim de Maria deixar de se considerar imunda pela Lei de Moisés.

De acordo com o evangelho de Lucas, depois destes acontecimentos, Maria regressa a sua casa em Nazaré e não há mais informação até uma outra viagem a Jerusalém, 12 anos mais tarde.

Não sabemos quanto tempo Maria ficou em Belém, em casa dos familiares de seu marido, mas o evangelho de Mateus menciona a visita dos magos do Oriente, que devem ter chegado certamente muitos meses mais tarde, o que é confirmado pela decisão de Herodes de mandar matar, não só os bebés recém-nascidos, mas todos os meninos até aos dois anos. Não há mais informação sobre a estadia de Maria no Egipto além do que Mateus nos indica.

Lendo Lucas 2:39/40, parece-me que este evangelista, que logo no início do seu Evangelho afirma que foi investigar cuidadosamente todos os factos que menciona, não terá dado muita credibilidade à visita dos magos, matança das crianças e fuga para o Egipto. Também me parece pouco credível, uma estrela, ou qualquer planeta ou cometa, indicar o caminho sem ser afectado pelo movimento de rotação da terra e parar em determinado lugar. Mas não é intenção deste estudo abordar estes pormenores.



8) Episódio aos 12 anos de Jesus



Lucas 2:41/50

Para o nosso estudo sobre Maria, é muito importante a afirmação que encontramos logo no versículo 41. José e Maria iam todos os anos a Jerusalém, o que nos leva a imaginar uma mulher do campo, habituada a longas caminhadas. Nessa altura (é fácil fazer as contas), Maria teria entre 25 a 30 anos. Talvez fosse parecida com muitas mulheres portuguesas que vemos nas nossas estradas a caminho de Fátima, mas sem a segurança dos nossos dias. Em vez dos carros de apoio dos familiares e do apoio médico pelo caminho, havia os assaltantes nos locais mais perigosos, pois muitos desses peregrinos levavam as suas valiosas ofertas para o Templo de Jerusalém.

De acordo com a teologia veterotestamentária, era no Templo de Jerusalém que se devia adorar a Deus, pois era essa a morada de Deus e o local onde Deus de manifestava. Só no Templo de Jerusalém se podia oferecer sacrifício se animais. O Templo que os samaritanos construíram em Gerizim, para cultuar ao mesmo Deus, foi atacado e destruído pelos judeus em 129 AC, para manter o monopólio religioso do Templo de Jerusalém, certamente com todas as suas consequências económicas.

Certamente que ninguém reparava no menino que com eles caminhava e que iria tornar obsoletas todas essas peregrinações ao revelar o Deus omnisciente e omnipresente que pode e quer ser adorado em todo o lugar.

Mas, como vimos nesta descrição de Lucas, alguma coisa aconteceu numa dessas peregrinações a Jerusalém quando Jesus atingiu os 12 anos, idade que pela tradição judaica era considerado o início da maturidade religiosa.

Parece estranho nos nossos dias, que José e Maria tenham caminhado durante um dia, sem darem pela falta de Jesus. “Mas de desleixados!!!...”, podemos pensar.

Realmente, isso seria impensável nos nossos dias. Mas nessa realidade, podemos imaginar um grande grupo de peregrinos em que as mulheres caminham conversando alegremente, as crianças juntam-se para as suas brincadeiras e os homens colocados em posições estratégicas para a defesa do grupo. Certamente que nem José, nem Maria se preocuparam com Jesus, que nessa altura já não era nenhum bebé, nem criancinha pequena que se pudesse perder. Já era um menino de 12 anos, forte, saudável e muito inteligente que já não corria o perigo de se perder.

A reacção de José e Maria, foi a mesma de qualquer pai e mãe dessa época. Voltaram apressadamente a Jerusalém. Possivelmente voltaram sozinhos, correndo o risco de serem assaltados na estrada que subia de Jericó a Jerusalém, local de alto risco onde Jesus, anos mais tarde, localiza a parábola do Bom Samaritano. Lucas diz que durante três dias procuraram Jesus em Jerusalém. Certamente que o devem ter procurado em primeiro lugar em casa dos seus familiares e pelas estreitas e sinuosas ruas dessa velha cidade.

Só ao terceiro dia, se lembraram de procurar no Templo. O versículo 48 apresenta uma típica repreensão que qualquer mãe daria ao seu filho, e o versículo 50 confirma que nem José, nem Maria compreenderam a atitude de Jesus, que consideraram condenável, muito menos compreenderam a resposta que Jesus lhes deu.



9) Festa de casamento em Caná da Galileia



João 2:1/11

É esta a passagem seguinte, por ordem cronológica, em que temos uma referência a Maria. O evangelista João, que considero o mais importante sob o aspecto de teologia, não se preocupa muito em descrever os milagres de Jesus, mas este ficou registado no seu evangelho afirmando no versículo 11 que foi o primeiro dos sinais de Jesus, realizado em Caná da Galileia, que ficava a cerca de 14 quilómetros da Nazaré.

Temos aqui alguns pormenores que considero estranhos.

Logo no primeiro versículo temos a informação de que a mãe de Jesus estava lá, e no seguinte versículo, que Jesus foi convidado com os seus discípulos. Não há qualquer referência a José, o que nessa cultura, seria imperdoável se José ainda estivesse vivo. Nesse caso, se José ainda estivesse vivo, bastaria convidar José, que Maria, e todos os seus filhos estariam certamente incluídos no convite para o casamento. Não sabemos que casamento era este, mas se Maria lá estava, e se houve a preocupação de convidar Jesus, penso que seria o casamento de algum dos seus familiares. Parece que Maria se sentia “em sua casa”, a ponto de dar instruções aos criados.

Nessa época, se Jesus já tinha mais de 30 anos, Maria seria certamente uma respeitável anciã de 45 a 50 anos, possivelmente já de cabelos brancos, num país e numa época em que a longevidade era certamente muito menor que nos nossos dias.

Embora o apóstolo João nos diga que esse foi o “princípio dos sinais”, a atitude de Maria ao pedir a intervenção de Jesus, leva-nos a pensar que ela já sabia que Jesus tinha poder para resolver o problema, e a resposta de Jesus vem confirmar que, de certa forma Maria sugeriu que utilizasse os seus poderes sobrenaturais. Temos depois o versículo 5 “Fazei tudo o que ele vos disser”, o que nos leva a suspeitar de que já houvesse outros milagres antes deste. O livro apócrifo do Novo Testamento que já citámos, “Natividade de Maria”, faz referência a várias manifestações dum poder sobrenatural na infância de Jesus. Por exemplo em 27:1 cita o caso dos pássaros moldados em barro que Jesus transformou em verdadeiros pássaros, e até o Alcorão no versículo 49 da 3ª surata e no versículo 110 da 5ª surata faz referência a este milagre. Mas na literatura canónica da Bíblia, não há dúvida de que este é o primeiro milagre que é referido.

Maria, que é o personagem que estamos a estudar, manifesta confiança no poder de Jesus, mas ao memo tempo Jesus tem de lhe responder com uma certa frieza, como vemos no versículo 4 “Que queres de mim, mulher?” ou como está em outras traduções “Que há entre mim e ti?”. É verdade que muitos tradutores tentam atenuar a frieza desta resposta, afirmando que era uma frase típica dessa cultura, sem o significado que tem na nossa língua, mas a passagem que iremos ver a seguir parece confirmar um gradual distanciamento entre Jesus e Maria, certamente necessário para que Maria sentisse que Jesus já não era o “seu menino” que lhe estava sujeito. Parece que gradualmente o “menino Jesus”, filho de Maria, dava lugar ao Cristo, Filho de Deus, com uma importante missão a cumprir.

Mas, pelo menos nesta ocasião, Maria foi bem humana e estamos perante um caso típico de todas as mães, para quem o seu filho será sempre o “seu menino”.

Maria aceitou a forma como Jesus lhe respondeu, e manteve humildemente a sua confiança, ao dizer aos criados “Façam tudo que ele lhes disser”.

Essa submissão à decisão de Jesus, não era simplesmente fruto desse contexto cultural, em que toda a autoridade e poder de decisão era do chefe da casa, que (admitindo que José já tinha falecido), seria o próprio Jesus. Penso que Maria já via em Jesus alguém capaz de realizar milagres, possivelmente um dos profetas, ou talvez se lembrasse do anjo Gabriel que lhe disse que o seu próprio filho seria o “Filho do Altíssimo”.



10) Família carnal e família espiritual de Jesus



Marcos 3:20/35 e passagens paralelas em Mateus 12:46/50 e Lucas 8:19/21

A descrição mais elucidativa é a de Marcos. Mas temos de realçar o facto deste acontecimento ter sido registado por três dos quatro evangelistas.

Jesus voltou para a “segurança” da casa de seus pais, mas a sua fama já se tinha espalhado e a enorme multidão, que o seguia, entrou em casa de tal maneira que nem podiam comer.

Diz o versículo 21 da passagem que lemos em Marcos, que “os seus” procuravam prender a Jesus, dizendo que tinha enlouquecido.

Pelo contexto desta afirmação, é fácil concluir que “os seus” que procuravam prendê-lo, não eram os apóstolos, mas os seus familiares, cuja descrição mais pormenorizada está no versículo 32 “Eis que tua mãe e teus irmãos...”.

A palavra que foi traduzida por irmãos, não significava necessariamente filhos da mesma genitora, facto que leva os teólogos católicos a afirmar que se tratava de primos ou familiares muito próximos, enquanto os teólogos ortodoxos, geralmente afirmam que eram filhos dum primeiro casamento de José.

Devo dizer em primeiro lugar, que considero esse pormenor, perfeitamente secundário. Mas não vejo qualquer base bíblica para dar à palavra irmãos outro significado que não seja o vulgar, de filhos de José e Maria. Nós hoje diríamos: Filhos legítimos de José e Maria. Mas é interessante que aquilo que nos nossos dias pode ser um escândalo para alguns, é um pormenor dignificante no contexto cultural em que Maria viveu. Nessa época, ela já era uma respeitável anciã acompanhada pelos seus filhos e filhas. Se dissermos que eles não eram seus filhos, porque só teve um único filho, na sua cultura, estaremos a diminuir a pessoa de Maria.

Como vimos pela descrição de Marcos (vr.21) tanto Maria como os seus filhos, julgaram que Jesus tivesse enlouquecido e vieram para o prender, certamente com boas intenções. Eles conheciam bem a Jesus, e já se começava a formar o grande confronto entre a mentalidade veterotestamentária, dum deus cruel, racista e machista, e a verdadeira imagem de Deus, que o seu próprio Filho viera apresentar.

Num caso destes, a única pessoa que, de acordo com as tradições judaicas, teria autoridade para tentar afastar Jesus do seu objectivo, seria José. Mas nunca mais se encontraram referências a José, pelo que temos de admitir que já teria falecido. Assim, o chefe da família seria o próprio Jesus, o filho primogénito. Julgo ter sido esse o motivo de toda a família se juntar, para o ir buscar.

Nessa ocasião, Jesus era acusado de blasfémia pelos principais do seu povo e até os seus irmãos zombavam dele (João 7:3/5). Jesus era demoníaco para os sacerdotes e louco para os seus familiares. Mas por outro lado, tinha a confiança dos seus apóstolos e o apoio entusiástico da imensa multidão de discípulos cujo número aumentava constantemente.

Como entender a atitude de Maria nesta ocasião? Os evangelhos não nos esclarecem sobre este pormenor e é bem possível que ninguém saiba. Mas temos várias hipóteses:

Ou Maria se tinha esquecido das palavras do anjo Gabriel sobre o destino de Jesus, ou viera para evitar que os outros filhos usassem de violência para com Jesus, ou lembrava-se perfeitamente das palavras do anjo Gabriel e era precisamente esse destino de Jesus que mais a atormentava e, como mãe, queria afastar Jesus do seu destino, ou talvez a hipótese mais provável, depois do falecimento de José, estava desorientada, incapaz de tomar uma decisão tão difícil e viera, sem saber bem por quê nem para quê.

Podemos não concordar com a atitude dos familiares de Jesus, mas nós estamos comodamente a vinte séculos de distância e se tentarmos imaginar a realidade que viveram, não podemos deixar de nos comover com a situação desta mãe que vê o “seu menino” a desafiar os mais poderosos da terra e a preparar o que ela sabia ser o seu fim.

A resposta do Mestre a quem lhe disse que os seus familiares o procuravam, é em primeiro lugar uma ruptura com toda a mentalidade veterotestamentária que dava grande importância à genealogia e aos laços familiares. Jesus não nega a importância da família, mas apresenta outros valores muito superiores. Um novo conceito de família espiritual se sobrepunha à família natural. Pois aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.



11) Maria na crucificação de Cristo



João 19:25/27

25. Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas e Maria Madalena. (segundo a tradução da Bíblia de Jerusalém). Há uma certa divergência na interpretação deste versículo no grego, que não é bem claro. O nome de Maria era muito vulgar, pelo que há quem diga que se trata de três mulheres e não quatro ou cinco, como parece na nossa língua, pois a outra Maria, poderia ser a irmã de sua mãe e ser também a mulher de Clopas. Mas neste estudo, o que mais nos importa é que Maria, a mãe de Jesus estava junto à cruz, e assistiu à morte de seu filho.

Em certas passagens dos evangelhos aparecem pequenas referências a um grupo de mulheres que seguia o Mestre desde a Galileia (Lucas 23:49). Penso que, devido ao contexto cultural em que se encontravam, que não dava grande importância às mulheres, estas fiéis servidoras de Jesus terão passado despercebidas. Mas, vemos aqui, que esse grupo de mulheres corajosas, inteligentes, algumas com posições importantes na sociedade em que estavam, se mantiveram firmes até ao fim. Mesmo depois do grupo dos apóstolos se dispersar, menos o apóstolo João, apesar de todos os perigos, elas continuaram ao pé de Jesus, assistiram à sua morte e continuaram prontas para o servir.

26. Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo quem amava, disse à sua mãe. “Mulher, eis o teu filho. 27 Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” E a partir dessa hora, o discípulo a receber em sua casa.

Esta é uma das cenas mais dolorosas de toda a Bíblia. Maria assistindo à morte do seu próprio filho.

Através dos tempos, esta passagem bíblica tem servido para tema de muitas reflexões da teologia e muitos artistas, desde a Idade Média têm tentado retratar o que se passou. Mas, fiquemos só com a descrição bíblica. Isto nos basta. O evangelho de João, é o único que nos descreve esta cena, pois todos os outros já se tinham dispersado e possivelmente, João é o único discípulo que ficou junto à cruz até ao fim, para poder registar o que se passou.

Mulher, eis o teu filho. Porque é que, pelo menos nesta ocasião, Jesus não tratou a Maria por mãe?

Penso que o “menino Jesus” que nasceu em Belém e que inicialmente estava sujeito a seus pais (Lucas 2:51), gradualmente foi dando lugar ao Cristo, o Filho de Deus. Maria assistia à morte do seu filhinho o homem chamado Jesus que dava lugar ao Filho de Deus com todo o seu poder (Mateus 28:18). É bem possível que nessa ocasião, Maria se lembrasse das palavras de Simeão ... e a ti, uma espada traspassará tua alma... (Lucas 2:35).

Mesmo nos últimos momentos, Cristo manteve toda a sua lucidez. Não deixou de se preocupar com o ladrão que se arrependeu na hora da morte e também se preocupou com Maria, que o trouxe a este mundo.

Preocupou-se com o futuro de Maria, mas em que aspecto?

Certamente que as fiéis seguidoras do Mestre, não deixariam Maria desamparada a ponto de passar fome e a não ter onde morar. Também a velha Lei e as tradições judaicas, tinham solução para estes casos. Era aos irmãos de Jesus que competia o sustento se sua mãe. O problema não era económico. A preocupação de Cristo era outra, era encontrar alguém que a pudesse ajudar no aspecto material e que a pudesse compreender.

Depois de Maria assistir à crucificação de Cristo, não podia voltar para casa dos outros filhos que zombavam da mensagem do Mestre João 7:3/5. Era necessário providenciar alguém que a pudesse compreender, alguém da “família espiritual” (Marcos 3:35) e o apóstolo João, foi o escolhido.



12) Depois da ressurreição de Cristo



Actos 1:14

Esta é a última referência a Maria.

Lucas apresenta uma descrição do ambiente na igreja inicial, a Igreja de Jerusalém.

Como é natural nessa cultura, descreve em primeiro lugar, os principais responsáveis, todos homens, mas depois abre uma excepção, apresentando “ ...algumas mulheres, entre as quais, Maria, a mãe de Jesus com os irmãos dele.” Era certamente o tal grupo das fiéis servidoras do Mestre, e Maria ocupara o seu lugar no meio delas.

Pessoalmente, penso que não era de maneira alguma a poderosa Santa, como muitos pretendem, mas era a verdadeira mulher, como Jesus a tratou, que faria com que todas as mulheres se orgulhassem nela, que nos dava o seu exemplo de serviço e de humildade.

Era a ferramenta nas mãos do Senhor que já cumprira a sua função e nada mais lhe restava que dar graças a Deus por lhe ter dado essa maravilhosa oportunidade de o servir.



13) Conclusão



Terminamos pedindo ao Senhor que este artigo possa contribuir para um melhor conhecimento de Maria, um dos mais importantes personagens da Bíblia a que os evangelhos não deram maior destaque devido ao contexto cultural em que foram escritos, e que tem sido esquecida por católicos e protestantes.

O povo católico, duma maneira geral, com a sua ênfase em exaltar os atributos de Maria, acaba por a imaginar quase como um ser angelical que já pouco ou nada tem a ver com a verdadeira Maria na dura realidade do mundo em que vivemos.

O povo protestante ou evangélico, de certa maneira sofre a influência do catolicismo caindo para o extremo oposto, acabando por discriminar Maria, que nunca é mencionada.

Assim, penso que todos nós, perdemos a bênção de conhecer a verdadeira Maria, que consagrou toda a sua vida ao Senhor, que pode servir de exemplo para todo o crente, em especial à mulher cristã, porque foi bem humana, que viveu no nosso mundo, que foi discriminada no mundo dos homens, que se alegrou e que sofreu, que foi incompreendida (será que ainda é?), que se sentiu perdida, que procurou o apoio que não lhe deram, que teve dúvidas e que por vezes fracassou, mas que se manteve sempre fiel ao Senhor, que foi precisamente aquilo para que se ofereceu em Lucas 1:38 ... Eu sou a serva (ou escrava) do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra...

Bem-vindo à minha página.

É natural que em primeiro lugar queira saber quem sou eu, pelo que apresento um breve resumo das informações que possam ter algum interesse para me conhecer. Não quero que esta página apareça como uma página um tanto “anónima”, só com o meu nome, que certamente nada diz à grande maioria dos amigos da Internet, pois embora abordando de assuntos religiosos, trata-se duma página particular que não se identifica com nenhuma igreja em particular.



Aspecto profissional:

Nome: Camilo Vicente António da Silva Coelho
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Camilo – Marinha Grande.

Agosto de 2005

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Maria mãe de Jesus, Virgem Maria ou Santa Maria

SEGUNDA PARTE


3) Estado civil de Maria quando o anjo Gabriel lhe apareceu

Na primeira referência, que encontramos em Lucas 1:26/27, Maria está na Nazaré da Galileia quando o anjo Gabriel lhe aparece. Segundo algumas traduções estava casada com José e segundo outras traduções, estava noiva de José. Esta divergência é devido à dificuldade de tradução visto que estavam numa cultura muito diferente da actual.

Segundo o historiador Joaquim Jeremias, era habitual uma jovem ficar noiva aos doze ou doze anos e meio. Eram os pais que escolhiam o noivo, logo que a jovem se tornava sexualmente fértil e era frequente o pai querer um noivo da sua família e a mãe também um da sua família ou da sua tribo. Assim, como já dissemos, é bem possível que Maria fosse também descendente de David, mas por vazes havia casamentos com mulheres de outras tribos.

Transcrevemos o que afirma Joaquim Jeremias no seu livro “Jerusalém no tempo de Jesus”.

«O noivado que precedia o pedido de casamento e a execução do seu contrato, expressavam a aquisição (qinyan) da noiva pelo noivo, e, assim, a conclusão válida do casamento; a noiva passa a se chamar “esposa”, pode ficar viúva, é repudiada por um libelo de divórcio e castigada de morte em casos se adultério. É característico da situação legal da noiva que “a aquisição” da mulher e a do escravo sejam postas em paralelo. Adquire-se a mulher pelo dinheiro, contrato e relações sexuais; assim “adquire-se” também o escravo por dinheiro, contrato e tomada de posse...»

É esta a dificuldade em traduzir a situação de Maria na passagem que citamos em Lucas. Ela ainda não se tinha juntado a José e nem sabemos se tinha sido consultada pelos seus pais para esse casamento ou se alguma vez tinha visto a José. Mas, estar noiva nesse contexto cultural era quase o mesmo que estar casada. Possivelmente José já teria pago ao pai de Maria, a importância acordada entre ambos.

De acordo com o “Evangelho do Pseudo-Mateus”, Maria tinha 14 anos quando foi dada como esposa a José. Trata-se dum livro apócrifo, que não merece muita credibilidade, mas diz o que nesse contexto histórico e cultural era considerado a idade apropriada para o casamento.



4) O anjo Gabriel aparece a Maria



Lucas 1:26/40

Esta passagem é bem conhecida de todos nós, mas por vezes não sabemos as suas implicações no contexto histórico e cultural em que Maria viveu. A mulher israelita era fortemente discriminada pala Lei de Moisés. Não podia herdar as terras do seu marido em caso deste falecer, e no Templo de Jerusalém, não podia ir além do “Pátio das Mulheres”. Não sabemos qual a preparação teológica de Maria, mas ainda hoje, nalgumas Sinagogas judaicas, a preparação dada aos meninos é diferente da que está disponível às suas irmãs.

Segundo nos informa Joaquim Jeremias, as mulheres das principais famílias de Jerusalém, no tempo de Jesus, muito raramente saíam de casa de seus pais. Só depois de casadas é que tinham autorização para sair à rua e mesmo assim, vinham com a cara tapada e tentavam passar despercebidas. No entanto, a mulher dos meios rurais, por necessidade de ajudar os seus familiares nos trabalhos agrícolas, tinha muito mais liberdade para sair de casa.

A intenção deste estudo é investigar a verdadeira Maria das origens, pelo que temos de mencionar alguns aspectos da vida das mulheres nesse contexto histórico e cultural em que o domínio romano impusera a liberdade de religião, acabando com o monopólio do judaísmo. Mas ainda predominava a religião judaica e o Templo de Jerusalém continuava como o principal centro religioso, político e económico.

Maria era uma jovem como muitas outras em Israel, trabalhadora e obediente aos seus pais. Estava noiva ou casada (já falámos nisso), com um carpinteiro, que era profissão prestigiada, acima do nível médio do povo de Israel. Tudo indicava que seria um bom casamento.

Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo. (vr.28)

A primeira reacção de Maria, quando o anjo Gabriel lha pareceu, foi certamente de espanto e algum receio, que foi notado pelo anjo que lhe disse: ... Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. (vr.30)

Certamente que Maria já tinha ouvido, na Sinagoga da Nazaré, muitas descrições de aparecimentos de anjos, mas isso já não acontecia há muitos séculos, e mesmo antigamente, os anjos apareciam aos profetas, aos patriarcas, aos reis de Israel e muito raramente a uma mulher.

O pior deve ter sido o que vem nos versículos seguintes. Conceber um filho por meios sobrenaturais, que seria o próprio Filho de Deus.

Nós temos a reacção de meditar no assunto sob o ponto de vista da teologia, mas o pensamento inicial de Maria, foi certamente bem diferente, mais humano, pois ela viveu essa realidade.

Maria conhecia as Escrituras do seu tempo, o Velho Testamento. Certamente que deve ter pensado o que seria dela, se seu marido ou seus pais, quando a vissem grávida, não acreditassem no aparecimento do anjo Gabriel. Realmente, esta seria a hipótese mais provável. Qual seria a nossa reacção, se alguma jovem das nossas igrejas aparecesse grávida dizendo que um anjo lhe dissera que era Jesus que voltava por seu intermédio?!!

Temos de tentar compreender a verdadeira Maria, no seu contexto cultural veterotestamentário. Convido a ler o que dizia o Velho Testamento em Deuteronómio 22:22/29. Assim, atendendo ao estado civil de Maria, que era considerada como casada, a pena de morte seria o seu destino mais provável.





O povo católico, duma maneira geral, com a sua ênfase em exaltar os atributos de Maria, acaba por a imaginar quase como um ser angelical que já pouco ou nada tem a ver com a verdadeira Maria na dura realidade do mundo em que vivemos.

O povo protestante ou evangélico, de certa maneira sofre a influência do catolicismo caindo para o extremo oposto, acabando por discriminar Maria, que nunca é mencionada.

Assim, penso que todos nós, perdemos a bênção de conhecer a verdadeira Maria, que consagrou toda a sua vida ao Senhor, que pode servir de exemplo para todo o crente, em especial à mulher cristã, porque foi bem humana, que viveu no nosso mundo, que foi discriminada no mundo dos homens, que se alegrou e que sofreu, que foi incompreendida (será que ainda é?), que se sentiu perdida, que procurou o apoio que não lhe deram, que teve dúvidas e que por vezes fracassou, mas que se manteve sempre fiel ao Senhor, que foi precisamente aquilo para que se ofereceu em Lucas 1:38 ... Eu sou a serva (ou escrava) do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra...

Bem-vindo à minha página.

É natural que em primeiro lugar queira saber quem sou eu, pelo que apresento um breve resumo das informações que possam ter algum interesse para me conhecer. Não quero que esta página apareça como uma página um tanto “anónima”, só com o meu nome, que certamente nada diz à grande maioria dos amigos da Internet, pois embora abordando de assuntos religiosos, trata-se duma página particular que não se identifica com nenhuma igreja em particular.



Aspecto profissional:

Nome: Camilo Vicente António da Silva Coelho
Morada: Rua cidade do Fundão, nº 21 - 3º dt. (lote 59)
2430-525 Marinha Grande - PORTUGAL
Telefones: 351 244503546 ou 351 309967519

Telemóvel: 351 922031823

Internet: camilocoe@gmail.com
Profissão: Engenheiro Técnico de Construção Civil.
Trabalho por conta própria.



Camilo – Marinha Grande.

Agosto de 2005

Continua...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

SAULO DE TARSO

(SEGUNDA PARTE)

Os textos bíblicos do FATO desta quinzena se encontram no livro de Atos, capítulo 22, versículo 3 e Epístola de Paulo aos Felipenses, capítulo 3, versículos 1 a 8, sendo que o versículo central, diz: "Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo".

III - RABI

A maioria dos garotos de seu tempo, provavelmente, interrompeu seus estudos, mas não Saulo. Ele queria ser um RABI, um mestre, um Professor. E para alcançar esse propósito, ele teria que adquirir a mais alta educação, o equivalente aos cursos e especializações universitárias de hoje, pois é sabido que Saulo foi um grande erudito.

Saulo conclui este estudo intensivo quando tinha cerca de 30 ou 31 anos; então ele pode receber as qualificaçoes de um RABI. A nenhum Rabi era permitido receber salário para ensinar. Criam que nenhum mestre jamais pudesse receber dinheiro de seus alunos. Disse um sábio Rabi: "Não faça de seus alunos um machado para viver deles; faça deles sua coroa para conquistar glórias para eles." Criam ainda que todo homem, mesmo o maior erudito, devia ter uma profissão e aprender a trabalhar com as próprias mãos. Eis o seu lema: "Ame o trabalho." Diziam ainda: "Quem não ensina ao seu filho uma profissão, lhe ensina o latrocínio." Em geral, os Rabis eram moleiros, sapateiros, alfaiates, padeiros, ferreiros, carpinteiros, fabricantes de tendas, etc. Esta era a razão porque Saulo, ao terminar seu curso colegial, aprendeu a fazer tendas. Ele nasceu em Tarso, na província da Cilícia. Criavam-se aí rebanhos de um certo tipo de cabritos que produzia uma espécie muito especial de lã, a qual era usada para a fabricação de um material muito apropriado para tendas. Isto é muito esclarecedor com relação a Paulo que fazia tendas como sustento pessoal em suas viagens missionárias (confiram em 2 Coríntios11.9 e I Tessalonicenses 2.9).

IV - FARISEU

Este foi outro fator que aguçava o orgulho de Saulo de Tarso: "Eu sou fariseu, filho de fariseus (Atos 23.6). "Quanto à lei, (sou) fariseu" (Filipenses 3.5). De todas as figuras religiosas, dentre os judeus, ninguém era mais respeitado do que os fariseus. Quem eram eles?

(a) ORIGEM - "O nome farisaíoi (palavra grega) aparece pela primeira vez no contexto dos reis macabeus. O equivalente hebraico -- perusim -- geralmente se entende no sentido de "separados" (conferir em Esdras 6.21; Neemias 10.28 e seguintes). Provavelmente era um apelido imposto por seus inimigos, visto que os fariseus viviam separados do impuro, isto é, "do povo da terra", ou seja, da plebe (João 7.49). Eles mesmos preferiam se chamar jeberim (companheiros), designação que revela algo de sua organização (conferir no Dicionário Ilustrado da Bíblia, verbete FARISEUS).

O Velho Testamento nada fala dos fariseus, pois eles surgiram no período interbíblico. Ao abrirmos o Novo Testamento, ei-los aí, em plena ação. O crente que possui uma Bíblia de versão católica, para ler Macabeus, e a coleção de Flávio Josefo, História dos Hebreus, terá boas fontes históricas da seita.

(b) - DOUTRINA - Os fariseus "se dedicavam ao ensino e promoviam o desenvolvimento da religião da sinagoga." Davam muita ênfase ao proselitismo entre os gentios (Mateus 23.15). Criam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo (Atos 26.8), na existência de anjos e espíritos. A sua concepção da soberania de Deus é distorcida, daí serem fatalistas. Criam poder alcançar-se a perfeita obediência à lei de Moisés, e criaram sua tradição oral (Marcos 7.13)

(CONTINUA NO PRÓXIMO NÚMERO)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Maria mãe de Jesus, Virgem Maria ou Santa Maria (CC)

PRIMEIRA PARTE

(Deverá “clicar” nas referências bíblicas para ter acesso aos textos)

1) Introdução

“Virgem Maria”, ou “Santa Maria”, são títulos possíveis para este artigo, títulos tão divulgados no mundo católico, para designar Maria a mãe de Jesus. Tanto podia ser Maria ou Miriam, pois o nome grego Maria, corresponde a “Miryâm” em hebraico que deu Miriam na nossa língua. Como os seus familiares falavam aramaico, é natural que o nome pronunciado na sua língua materna, fosse mais parecido com Miriam do que Maria.

Só no Novo Testamento, há várias mulheres com o nome de Maria, desde Maria Madalena, Maria irmã de Marta, Maria mãe de Marcos e ainda outras que aparecem só uma vez. Mas neste artigo, sempre que falar em Maria, refiro-me à mulher escolhida para ser a mãe de Jesus, no qual incarnou o próprio Filho de Deus, no mundo em que vivemos.

Estive há dias em Fátima, o principal Santuário mariano em Portugal, bem conhecido em todo o mundo, que fica a cerca de 40 quilómetros de minha casa, e onde aliás, sempre fui bem recebido quando me identifico como protestante. No entanto, como já é do conhecimento dos habituais visitantes da minha página, não sou católico nem estou ligado a nenhuma igreja evangélica. O principal motivo que me levou a Fátima, foi procurar nas suas livrarias, alguma literatura que me ajudasse a investigar a pessoa de Maria. Afinal, encontrei muita literatura sobre Maria, mas quase nada com fundamento bíblico.

Neste estudo, embora privilegiando os textos bíblicos canónicos, faremos algumas referências às informações disponíveis nos apócrifos do Novo Testamento, assim como no Alcorão, que aliás, dá um grande destaque a Maria, que aparece em 30 referências, apresentando até a descrição do nascimento de Maria e nomes dos seus pais. Mas se Maomé viveu entre 520 a 632 da era cristã, tais informações só terão credibilidade admitindo que foram revelações divinas. É evidente que a aceitação dessas informações, que não constam dos textos canónicos neotestamentários, ficará ao critério do leitor.

Os teólogos católicos embora muito falem de Maria, geralmente perdem-se nas histórias das aparições e na sua teologia, sem grandes preocupações em investigar quem foi a verdadeira Maria das origens, a Maria que aparece nos evangelhos, enquanto o protestantismo pouco ou nada nos diz sobre Maria. Noto da parte das igrejas evangélicas ou protestantes um certo receio em abordar a pessoa de Maria. É muito vulgar nas escolas dominicais, o estudo dos vários personagens bíblicos, desde os apóstolos aos vários reis de Israel, mas é muito raro um estudo sobre Maria que sofre uma certa discriminação da parte dos evangélicos. Na própria Bíblia, há muito mais informação sobre os apóstolos, nomeadamente sobre Paulo ou Pedro do que sobre Maria. É por isso que até pensei em dar a este estudo, em que pretendo meditar em Maria com fundamento bíblico, o título de “Maria a desconhecida”, desconhecida pelos evangélicos e desconhecida pelos católicos.

Temos três ocasiões em que Maria se pode considerar o personagem principal da descrição bíblica: No anúncio do nascimento de Cristo, na visita à sua familiar Isabel, e de certa maneira na festa de casamento em Caná da Galileia.

Em toda a Bíblia, não há registo de milagres de Maria.

A verdadeira Maria tem de ser compreendida, não com a mentalidade dos católicos e muito menos com a mentalidade dos evangélicos ou protestantes, mas na cultura dos judeus que viveram há dois mil anos.

Este não é, ou pelo menos não pretende ser, um estudo sobre os habituais debates teológicos, se estará correcto o título de “Maria, Mãe de Deus” ou se Maria teve mais filhos além de Jesus… O que pretendo é saber como era a verdadeira Maria. Para isso, temos de nos integrar na sua cultura, temos de nos tornar como judeus do primeiro século para podermos compreender Maria no seu contexto histórico e cultural, antes de toda esta polémica sobre a sua pessoa, se levantar.

Devo dizer, nesta introdução, que este estudo poderá ser um tanto chocante, para quem não esteja familiarizado com o estudo e investigação bíblica, nomeadamente com a leitura de certas passagens da velha Lei de Moisés. Mas é nossa intenção investigar a pessoa de Maria na realidade em que ela viveu.



2) Origens de Maria



O personagem central de toda a Bíblia, nomeadamente do Novo Testamento, é Jesus o Cristo. Em Mateus 1:1/17 e em Lucas 3:23/38, encontramos a genealogia de José, marido de Maria. Neste caso em especial, gostaria de perguntar aos evangelistas: Afinal, que temos a ver com esta genealogia de José se ele não foi o pai biológico de Cristo, que nasceu por intervenção divina, segundo Mateus 1:18/20? Não seria mais natural uma genealogia de Maria? Isso foi certamente influência do contexto cultural judaico, que dava toda a importância ao homem, chefe de família e não à sua mulher ou mulheres, numa cultura em que a poligamia era permitida, e os sacerdotes davam o exemplo, como aliás quase todos os que consideramos os grandes exemplos veterotestamentários.

No Velho Testamento encontramos vários “ungidos” ou “cristos”, o que corresponde à palavra “messias” em hebraico como foi o caso dos reis de Israel. Mas Jesus, o filho de Maria, não foi mais um cristo ou ungido entre muitos, mas sim “o Cristo”, como aparece nas primeiras referências, sendo posteriormente omitido o artigo “o”. Logo no início do seu evangelho, João identifica Jesus como a Palavra de Deus, que criou todo o Universo. Se, como muitos pretendem, o nome de Jesus se refere ao homem, e o nome de Cristo ou Messias se refere à sua natureza divina, então o Cristo sempre existiu, mas veio ao nosso mundo através do homem, nascido de Maria, a que esta deu o nome de Jesus (Mateus 1:21 e Lucas 1:31). Não me parece correcto o título “Maria mãe de Deus” (Theotokos) que foi utilizado pela primeira vez, pelo bispo Nestório no Concílio de Éfeso no ano 431, título que era desconhecido no primitivo cristianismo. Até nem me parece correcto afirmar que Jesus foi judeu, já que Ele não foi filho biológico de José.

Infelizmente, não temos nenhuma genealogia de Maria, pelo menos nos livros canónicos. O livro apócrifo “Natividade de Maria” rejeitado por católicos e protestantes, também nada diz sobre a genealogia de Maria. A afirmação em Romanos 1:3, que se refere a Jesus como... nascido da estirpe de David segundo a carne, leva-nos a pensar que, se José não foi seu pai biológico, Jesus só poderia ser da descendência de David através de Maria. Mas penso que seria forçar um tanto a interpretação desta simples introdução da epístola aos Romanos, pois isto não é uma passagem didáctica sobre Maria e a informação é demasiado vaga, pelo que nem sabemos se Maria seria também descendente de David, embora essa hipótese seja bem possível.

Considerações do autor
O povo católico, duma maneira geral, com a sua ênfase em exaltar os atributos de Maria, acaba por a imaginar quase como um ser angelical que já pouco ou nada tem a ver com a verdadeira Maria na dura realidade do mundo em que vivemos.

O povo protestante ou evangélico, de certa maneira sofre a influência do catolicismo caindo para o extremo oposto, acabando por discriminar Maria, que nunca é mencionada.

Assim, penso que todos nós, perdemos a bênção de conhecer a verdadeira Maria, que consagrou toda a sua vida ao Senhor, que pode servir de exemplo para todo o crente, em especial à mulher cristã, porque foi bem humana, que viveu no nosso mundo, que foi discriminada no mundo dos homens, que se alegrou e que sofreu, que foi incompreendida (será que ainda é?), que se sentiu perdida, que procurou o apoio que não lhe deram, que teve dúvidas e que por vezes fracassou, mas que se manteve sempre fiel ao Senhor, que foi precisamente aquilo para que se ofereceu em Lucas 1:38 ... Eu sou a serva (ou escrava) do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra...


Camilo – Marinha Grande.

Agosto de 2005

Continua...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

SAULO DE TARSO

(PRIMEIRA PARTE)

Os textos bíblicos do FATO desta quinzena se encontram no livro de Atos, capítulo 22, versículo 3 e Epístola de Paulo aos Felipenses, capítulo 3, versículos 1 a 8, sendo que o versículo central, diz: "Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo".

I - INTRODUÇÃO

Um homem, para sair pelo mundo à fora à conquista de toda espécie de pessoas, por entre toda espécie de nações, para Cristo, mas um tipo muito especial preencheria os requisitos. Teria que ser alguém plenamente familiarizado com os eruditos, com os poderosos, com os simples, com os humildes; teria de estar acostumado às grandes mansões, às pequenas e aos campos; adaptado a qualquer situação agradável ou não. Dificilmente haveria no mundo de então um homem mais adequado que Paulo, para fazer justamente o que ele fez; para dizer o que ele diz: "Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar a alguns" (1 Coríntios 9:22). E Deus preparou bem a esse seu escolhido.

II - HEBREU DE HEBREUS

Devemos ter sempre em mente que Paulo era judeu, e que se orgulhava disso. Quando fala de suas qualificações para o apostolado, ele escreve: "São hebreus? também eu. São israelitas? também eu. São da descendência de Abraão? também eu" (2 Coríntios 11:22). Aos Filipenses: "Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu" (2 Coríntios 3:4-5). Diante das ameaças ele exclama com orgulho: "Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cicília..." (Atos 21:39). E diante do Sinédrio, ele declara: "Eu sou fariseu, filho de fariseus" (Atos 23:6).

III - SUA EDUCAÇÃO

Os judeus sempre tiveram um particular interesse em que seus filhos fossem bem educados. Portanto, podemos ter uma noção bem forte da educação que Saulo recebera. Aos seis anos, ele foi à escola pela primeira vez. Uma vez lendo e escrevendo, foram-lhe dados pequenos rolos de pergaminho, com passagens da Escritura, as quais ele tinha que pôr na mente e no coração. Essas passsagens eram: Dt. 6.4-9; 11.13-21; Nm 15.37-40; Salmos 113 e 118; Gênesis 1 a 5; Levíticos 1 a 8.

Aos doze ou treze anos , ele foi chamado de "filho da lei". Nessa idade seu pai não mais era responsável por Saulo, e, sim, ele mesmo, ao tornar-se um observador da Lei. No sábado mais próximo do seu décimo segundo ou décimo terceiro aniversário, ele foi levado à Sinagoga. Uma vez ali, foi chamado a proceder a leitura de uma das lições da Escritura escolhidas para o dia. Em seguida, eram-lhe feita perguntas como teste de seu conhecimento. Se as respostas fossem satisfatórias, então já não seria mais um menino, e, sim, um homem. Ele faz uma síntese desse fato ao ser preso, diante das autoridades judaicas, em língua hebraica: "...fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a exatidão da lei de nossos antepassados, sendo zeloso para com Deus, assim como todos vós o sois no dia de hoje". (Atos 22.3).

(CONTINUA NO PRÓXIMO NÚMERO)

Extraído de FOLHA DO ASSIS (http://br.geocities.com/asfersilva

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O PROFETA MIQUÉIAS

A verdadeira religião -
* 6 Como me apresentarei a Javé? Como é que eu vou me ajoelhar diante do Deus das alturas? Irei a ele com holocaustos, levando bezerros de um ano? 7 Será que milhares de carneiros ou a oferta de rios de azeite agradarão a Javé? Ou devo sacrificar o meu filho mais velho para pagar os meus erros, sacrificar o fruto das minhas entranhas para cobrir o meu pecado?

8 Ó homem, já foi explicado o que é bom e o que Javé exige de você: praticar o direito, amar a misericórdia, caminhar humildemente com o seu Deus.
A classe dominante será desmascarada -* 9 Escute o que Javé grita na cidade; escutem, tribo e suas assembléias: 10 Acaso posso tolerar a casa do ímpio com seus tesouros ganhos injustamente, com suas medidas falsificadas e destetáveis? 11 Acaso devo desculpar balanças viciadas, sacolas cheias de pesos adulterados? 12 Os ricos prosperam com a exploração, os seus habitantes só falam mentiras e têm na boca uma língua mentirosa. 13 Pois eu comecei a feri-la e arrasá-la por causa dos seus pecados. 14 Você comerá, mas não matará a fome; e a fome será a sua companheira. Você guardará, mas não poderá conservar: a sua reserva, eu a entregarei aos inimigos. 15 Você plantará, mas não colherá; esmagará azeitonas, mas não se ungirá com azeite; pisará uvas, mas não beberá vinho.16 Você obedece às ordens de Amri e todas as práticas da família de Acab, e vive conforme os princípios dela. Por isso, eu entregarei você à destruição, e seus moradores receberão vaias, suportando a vergonha do meu povo.



* 6-14: O resto que permanece fiel será o guardião da esperança e do julgamento entre as nações. Javé revela seu projeto de vida para a humanidade toda, desmascarando tudo o que se opõe à vida. Contudo, para ser guardião dessa esperança e julgamento entre as nações, o povo de Deus precisa purificar-se do poder e auto-suficiência, que as nações consideram como grandezas. O povo deve confiar unicamente em Deus e no seu projeto de vida.



* 6,1-7,7: Após os oráculos de esperança num futuro novo, retomam-se as denúncias de Miquéias contra a situação presente, onde o formalismo religioso encobre uma vida social injusta, que transforma a terra da Aliança num verdadeiro inferno. O Deus de Israel não fica indiferente.

6,1-5: O julgamento divino não é um ato em que Deus aparece como juiz ditando a sentença. Pelo contrário, ele é o parceiro que debate a causa com o outro parceiro da Aliança. Nesse debate, a criação participa como testemunha. O que está em discussão é a relação da Aliança: Javé mostra que sempre foi fiel, pois libertou o povo e sempre o protegeu e guiou em direção à vida. Em que foi que ele prejudicou a Israel? Quem está com a razão?



* 6-8: E o que Javé espera do povo, seu parceiro na Aliança? Não um culto separado da vida, que serviria apenas para o homem justificar a si mesmo. Ele quer uma vida nova, movida pela justiça e pelo amor, e que seu povo caminhe unido a ele. O único e verdadeiro culto é aquele que expressa uma prática de justiça e amor e celebra simbolicamente a plenitude dessa prática.

Não há um só fiel –* 1 Pobre de mim! Estou na situação de alguém que recolhe no verão, que colhe depois de acabada a colheita. Não há nenhum cacho de uva para eu chupar, nem mesmo um figo temporão para me matar a vontade. 2 Não há um só fiel em nosso país, não sobrou um único homem correto; está todo mundo de tocaia, cada um caça um irmão para matar! 3 Essa gente tem mãos habilidosas para praticar o mal: o príncipe exige, o juiz se deixa comprar, o grande mostra a sua ambição. E assim distorcem tudo. 4 O melhor deles é como espinheiro, o mais correto deles parece uma cerca de espinhos! O dia anunciado pela sentinela, o dia do castigo chegou: agora é a ruína deles.

5 E vocês, não acreditem no amigo, não confiem no companheiro; conserve a boca fechada, mesmo ao lado daquela que dorme no seu ombro. 6 Pois o filho insulta o próprio pai, a filha se revolta contra a mãe, a nora contra a sogra; e os inimigos de uma pessoa são da sua própria casa.

7 Mas eu, eu me volto para Javé, espero em Deus, meu salvador, e meu Deus me ouvirá.

domingo, 7 de junho de 2009

A REALIDADE BRASILEIRA À LUZ DOS ENSINAMENTOS DO PROFETA MIQUÉIAS

Segunda Parte
O profeta Miquéias nasceu em Morasti, uma vila no interior do reino de Judá. Sua origem camponesa se manifesta na linguagem concreta e franca, nas comparações breves e nos jogos de palavras. Ele exerceu sua atividade em fins do século VIII a.C., quando sua região estava sendo devastada pelos assírios.

Miquéias, entrentanto, denuncia uma situação mais perversa do que a própria guerra em andamento: a cobiça e injustiças sociais, onde ele vê a causa principal da ira de Deus (2,8). Após descrever os estragos da guerra (1,8-16), o profeta nos conduz à capital, onde ele se defronta com os ricos e com os dirigentes políticos e religiosos. Vindo da roça, Miquéias acusa-os de roubar casas e campos para se tornarem latifundiários (2,1-2) e os condena por mandar matar até mulheres e crianças para se apoderarem das terras (2,9). Com o poder nas mãos, eles dançam ao ritmo do dinheiro, falseando o peso das mercadorias (6,10-12). Miquéias mostra que a riqueza deles se baseia na miséria de muitos e tem como alicerce a carne e o sangue do povo (7,1-4). Eles, porém, insistem, com a Bíblia na mão, em provar que são justos (2,6-7) e que Deus está com eles (3,11); procuram combinar religião com opressão aos fracos. Miquéias denuncia tal perversão como atitude idolátrica (1,5); por isso, é taxativo: eles, juntamente com a luxuosa capital e o próprio Templo, serão destruídos (3,9-12).
NOVOS CAMINHOS
Uma Nova Assembléia Constituinte, composta só por notáveis e sem custo para a Nação, a não ser o de estada e de locomoção, deveria rever as nossas práticas, consultando inicialmente o povo brasileiro para dele saber o que mais o aborrece e o enoja no poder constituído atual; fazer um levantamento minucioso de nossas mazelas, aberrações e desmandos e propor à Nação um novo modelo que possa coibir todos os abusos e exageros atualmente praticados e recolocar o País nos trilhos da ética, da vergonha, da seriedade, conduzido por uma democracia ética e incorruptível de que o povo possa verdadeiramente dela se orgulhar.

O ingresso nos cargos eletivos ou de gestão da coisa pública deveria ser precedido pela apresentação do candidato de uma certidão comprobatória da lisura e legitimidade na aquisição de seus bens, depois de passar pelo crivo rigoroso e minucioso de análise de sua procedência.
O mesmo exame deveria ocorrer na exoneração, aposentadoria ou término do mandato, confrontando os valores de entrada e saída, rastreando bens de parentes e assessores mais chegados.
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão consolados”.
Este grito de alerta é apenas uma semente. Um clamor em favor de nosso povo, pedindo a misericórdia e as bênçãos de Deus para que Ele nos ilumine e nos ajude a endireitar essas veredas que estão por demais distantes de seus ensinamento, que são fundamentados na VERDADE e na JUSTIÇA a serviço de cada irmão, sobretudo do mais pobre, que não usufrui plenamente de nossas riquezas e que não possui haveres suficientes para pagar tamanhas aberrações.

Augusto Ferreira Neto-Professor, Membro do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais – Ex-Presidente Nacional da CNEC

domingo, 24 de maio de 2009

O LAR CRISTÃO NA SOCIEDADE




(PRIMEIRA PARTE)

O texto bíblico do FATO desta quinzena se encontra no livro de Colossenses, capítulo 3, versículos 18 a 25 e capítulo 4, versículo 1, que dizem:
Maridos, amai vossas esposas e não a trateis com amargura.

Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor.

Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados.

Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor. Tudo quando fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo; pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas.

Senhores, tratai os servos com justiça e com eqüidade, certos de que também vós tendes Senhor no céu.>

I - INTRODUÇÃO

Aos lares, em geral, está reservado um papael marcante. Eles compõem a sociedade. Esta será estável e tranqüila dependendo dos lares, como a saúde do corpo depende das células. O lar é a célula matriz da sociedade. Os próprios pagãos reconheceram o valor da Família. Cícero, famoso orador romano diz: "A união marital é tão arranjada pela natureza, que não só é gratíssima à sociedade como utilíssima à vida". A desintegração da sociedade começa, onde começa a corrupção dos bons costumes cultivados na família. De modo singularísimo, destacaremos a importãncia do "Lar Cristão" na sociedade. Ele se destaca nos livros sacros da Escritura, a começar do Livro de origem (Gênesis). Deus criou o homem; formou a mulher; deu origem ao lar, para dele fazer evoluir a sociedade. Pôs em relevo o lar quando determinou: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a" (Gênesis 128). Na Nova Aliança confirmou,num sentido espiritual, a família, fazendo dela uma figura da Igreja (Efésios 2.19). Usou ainda largamente o consórcio conjugal para expressar a relação de Cristo com a sua igreja, como se pode ver em Efésios 5.22-28 e Apocalipse 21.2. Está, pois, em relevo, o papel da família cristã na sociedade, satisfeita a condição prescrita nos Salmos 127 e 128.

II - COMO DEVE SER O LAR CRITÃO<

Ora, os elementos básicos na formação do lar são o homem e a mulher na união matrimonial. Da convivência destes, depende a geração de filhos e a educação do próprio lar. Como deve ser, então, o lar cristão? indagará você prezado leitor. A Biblia apresenta as características do lar cristão: O TEMOR DE DEUS, A PIEDADE, O AMOR, A SINCERIDADE, A LEALDADE, O TESTEMUNHO CRISTÃO, A INSTRUÇÃO, A EDUCAÇÃO.
Mas há também as recomendações específicas do texto, que devem marcar a família cristã, a fim de que venha a ser uma bênção para a humanidade.

(CONTINUA NO PRÓXIMO NÚMERO
Texto de ASSIS FERREIRA DA SILVA - extraído de FOLHA DO ASSIS

domingo, 17 de maio de 2009

BEM-AVENTURANÇAS --Os Que CHORAM

Bem-aventurados os que choram, Porque serão consolados!
Interpretação (O que é?)
Não existe na Bíblia nenhuma passagem que fala que Jesus estava sorrindo, mas há registro de que chorou algumas vezes. Uma delas foi junto de Martha e Maria, diante do túmulo de seu amigo Lázaro. Outra foi quando mirava Jerusalém e vaticinava sua destruição.
A dor, o sofrimento fazem parte da caminhada dos filhos de Deus aqui na terra. Aqueles que desejam seguir Jesus devem tomar a sua cruz e acompanhá-LO pois ele disse que estreita é a porta de entrada no Paraíso. Só no céu não haverá mais dor, choro e sofrimento. Aqui estaremos sempre alternando alegria e sofrimento, até a partida definitiva para nossa mansão celeste: a casa do Pai.

01. Análise( Por que e para que)

A dor e o sofrimento nos acordam para o bem, para o que é correto aos olhos de Deus e nos ajudam a corrigir nossas imperfeições para alcançar o perdão e a graça de Deus.
São Paulo nos ensina que quando Deus nos corrige é “ para sermos participantes da sua santidade “
E mais ainda: “E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela “.

.


02. Exemplos Bíblico
»JÓ [36]
Na história de Jô, por meio da fala de Eliú, podemos compreender o sentido da dor e do sofrimento para correção dos filhos de Deus. Assim ele fala:
Eis que Deus é mui poderoso, contudo a ninguém despreza; grande é no poder de entendimento.
Ele não preserva a vida do ímpio, mas faz justiça aos aflitos.
Do justo não aparta os seus olhos; antes com os reis no trono os faz sentar para sempre, e assim são exaltados.
E se estão presos em grilhões, e amarrados com cordas de aflição,
então lhes faz saber a obra deles, e as suas transgressões, porquanto se têm portado com soberba.
E abre-lhes o ouvido para a instrução, e ordena que se convertam da iniqüidade.
Se o ouvirem, e o servirem, acabarão seus dias em prosperidade, e os seus anos em delícias.
Mas se não o ouvirem, à espada serão passados, e expirarão sem conhecimento.
Assim os ímpios de coração amontoam, a sua ira; e quando Deus os põe em grilhões, não clamam por socorro.
Eles morrem na mocidade, e a sua vida perece entre as prostitutas.
Ao aflito livra por meio da sua aflição, e por meio da opressão lhe abre os ouvidos.
Assim também quer induzir-te da angústia para um lugar espaçoso, em que não há aperto; e as iguarias da tua mesa serão cheias de gordura.
Mas tu estás cheio do juízo do ímpio; o juízo e a justiça tomam conta de ti.
Cuida, pois, para que a ira não te induza a escarnecer, nem te desvie a grandeza do resgate.
Prevalecerá o teu clamor, ou todas as forças da tua fortaleza, para que não estejas em aperto?
Não suspires pela noite, em que os povos sejam tomados do seu lugar.
Guarda-te, e não declines para a iniqüidade; porquanto isso escolheste antes que a aflição.


03. Situações de Vida( Exemplos e Testemunhos)
Aplicação

Sofre alguém dentre vós um contratempo ?
Recorra à oração. A oração da fé salvará
o doente e o Senhor o porá de pé ; e se tiver
cometido pecados, estes serão perdoados...

O Senhor é misericordioso e compassivo....

Orai uns pelos outros para que sejais curados.
( Tiago 5, 13-16 )

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O FATO: UM JOVEM PREOCUPADO

( FINAL )

O texto bíblico do FATO desta quinzena se encontra no Evangelho de Marcos, capítulo 10, versículos 17 a 27.

O que estava faltando àquele moço?

1 - A pobreza? Pode parecer à primeira vista que era a pobreza. Mas não era. A pobreza não é condição de vida eterna. Jesus não nos ensina isso. Ao contrário, o pecador pode ser rico e achar a vida. A riqueza pode dificultar a entrada do homem no reino, mas não decorre que seja absolutamente indispensável ao homem abandonar seus bens para se salvar.

2 - A fé? Não era a fé. Ele era um homem que cria. Acreditava em Deus, nas Escrituras e na vida eterna. A fé é indispensável à salvação, mas é preciso ter fé na direção certa. Não basta cre; é preciso crer bem e suficientemente. A fé salvadora é alguma coisa mais do que a fé comum. Nela existe o elemento volitivo que nos leva à ação, à obediência.

3 - Amor ao Próximo? Não, não era. Esse amor ele abrigava em seu coração (Mateus 19.19). Muitos ficam satisfeitos com a obra social que fazem, como o amor que revelam ao semelhante necessitado. Isso pode ser muita coisa, mas nada é para termos a vida eterna. Praticamos as boas obras porque temos a salvação e não para obtê-la.

4 - Faltava-lhe JESUS CRISTO. O Senhor queria que ele lhe fosse submisso. Deu-lhe duas ordens: e . Jesus queria que ele se entregasse incondicionalmente a Deus. Faltava-lhe reconhecer a absoluta soberania de Deus e submeter-se a ele. Quando Cristo lhe falou dos mandamentos não se referiu aos que dizem respeito a Deus. Se o moço fosse capaz de observá-los, teria a vida eterna, pois seria capaz de entregar-se inteiramente ao seu Senhor. Jesus ensinou: "A vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (João 17.3). A vida eterna é a entrega e submissão incondicional a Cristo. O jovem rico não estava pronto a submeter a um Deus que exigia dele coisas por demais difíceis. É o que ainda hoje acontece amigo leitor. Muitos querem a vida eterna e reconhecem que Jesus Cristo veio para nos salvar, porém não querem se comprometer com a vida de santificação, com o serviço cristão, com o compromisso de viverem somente para Jesus. Eles desejam uma religião fácil. E porque não se entregam, porque não se submetem, conhecem Cristo, encontram-se com ele, mas não têm a vida eterna.

Então, prezado leitor, o moço voltou triste daquele encontro com Jesus, contrariado, pois era muito rico. Obedeceer a Cristo em tudo era-lhe impossível.

Perguntou ao Mestre o que devia fazer, mas não foi capaz de pôr em prática o que era pedido. Que contraste, prezado leitor, entre este jovem com o apóstolo Paulo! Era também um jovem rico, de posição, mas não teve dúvida alguma em seguir a Jesus (ler Gálatas 1.16; 2.19 e 20).

A riqueza é boa oportunidade oferecida aos homens. Quem tem muito dinheiro, tem também muita responsabilidade diante de Deus. Mas as riquezas são acompanhadas de grandes perigos e por isso, amigo leitor, não podemos confiar nelas.