quinta-feira, 30 de julho de 2009

SAULO DE TARSO

(SEGUNDA PARTE)

Os textos bíblicos do FATO desta quinzena se encontram no livro de Atos, capítulo 22, versículo 3 e Epístola de Paulo aos Felipenses, capítulo 3, versículos 1 a 8, sendo que o versículo central, diz: "Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo".

III - RABI

A maioria dos garotos de seu tempo, provavelmente, interrompeu seus estudos, mas não Saulo. Ele queria ser um RABI, um mestre, um Professor. E para alcançar esse propósito, ele teria que adquirir a mais alta educação, o equivalente aos cursos e especializações universitárias de hoje, pois é sabido que Saulo foi um grande erudito.

Saulo conclui este estudo intensivo quando tinha cerca de 30 ou 31 anos; então ele pode receber as qualificaçoes de um RABI. A nenhum Rabi era permitido receber salário para ensinar. Criam que nenhum mestre jamais pudesse receber dinheiro de seus alunos. Disse um sábio Rabi: "Não faça de seus alunos um machado para viver deles; faça deles sua coroa para conquistar glórias para eles." Criam ainda que todo homem, mesmo o maior erudito, devia ter uma profissão e aprender a trabalhar com as próprias mãos. Eis o seu lema: "Ame o trabalho." Diziam ainda: "Quem não ensina ao seu filho uma profissão, lhe ensina o latrocínio." Em geral, os Rabis eram moleiros, sapateiros, alfaiates, padeiros, ferreiros, carpinteiros, fabricantes de tendas, etc. Esta era a razão porque Saulo, ao terminar seu curso colegial, aprendeu a fazer tendas. Ele nasceu em Tarso, na província da Cilícia. Criavam-se aí rebanhos de um certo tipo de cabritos que produzia uma espécie muito especial de lã, a qual era usada para a fabricação de um material muito apropriado para tendas. Isto é muito esclarecedor com relação a Paulo que fazia tendas como sustento pessoal em suas viagens missionárias (confiram em 2 Coríntios11.9 e I Tessalonicenses 2.9).

IV - FARISEU

Este foi outro fator que aguçava o orgulho de Saulo de Tarso: "Eu sou fariseu, filho de fariseus (Atos 23.6). "Quanto à lei, (sou) fariseu" (Filipenses 3.5). De todas as figuras religiosas, dentre os judeus, ninguém era mais respeitado do que os fariseus. Quem eram eles?

(a) ORIGEM - "O nome farisaíoi (palavra grega) aparece pela primeira vez no contexto dos reis macabeus. O equivalente hebraico -- perusim -- geralmente se entende no sentido de "separados" (conferir em Esdras 6.21; Neemias 10.28 e seguintes). Provavelmente era um apelido imposto por seus inimigos, visto que os fariseus viviam separados do impuro, isto é, "do povo da terra", ou seja, da plebe (João 7.49). Eles mesmos preferiam se chamar jeberim (companheiros), designação que revela algo de sua organização (conferir no Dicionário Ilustrado da Bíblia, verbete FARISEUS).

O Velho Testamento nada fala dos fariseus, pois eles surgiram no período interbíblico. Ao abrirmos o Novo Testamento, ei-los aí, em plena ação. O crente que possui uma Bíblia de versão católica, para ler Macabeus, e a coleção de Flávio Josefo, História dos Hebreus, terá boas fontes históricas da seita.

(b) - DOUTRINA - Os fariseus "se dedicavam ao ensino e promoviam o desenvolvimento da religião da sinagoga." Davam muita ênfase ao proselitismo entre os gentios (Mateus 23.15). Criam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo (Atos 26.8), na existência de anjos e espíritos. A sua concepção da soberania de Deus é distorcida, daí serem fatalistas. Criam poder alcançar-se a perfeita obediência à lei de Moisés, e criaram sua tradição oral (Marcos 7.13)

(CONTINUA NO PRÓXIMO NÚMERO)

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