sábado, 29 de agosto de 2009

BEM AVENTURANÇAS - Os Pobres de Espírito

Bem-aventurados os pobre de espírito, porque deles é o Reino dos céus!


Jesus começa a sua pregação para aquela multidão reunida no monte, em torno dEle, apontando situações humanas comuns que caracterizam a caminhada da humanidade ou situações de dor e sofrimento e o tipo de conseqüência que cada situação poderia produzir. Ele como que sensibiliza e prepara o espírito e o coração de seus ouvintes para tudo o mais que Ele iria apresentar. Fala da pureza, da dor e do sofrimento, das perseguições e do prêmio guardado por Deus aos que são fiéis à sua palavra. E começa com esta sentença:

Bem-aventurados os pobres de espírito,

porque deles é o reino dos céus;





Interpretação ( O que é?)

Bem-aventurado, segundo o Dicionário Aurélio, “Diz-se daquele que, depois da morte, desfruta da felicidade celestial e eterna; santo; beatificado”.


Jesus realça primeiro a pobreza de espírito como um valor especial para aquele que deseja receber o benefício do céu.

A introdução de seu Sermão da Montanha com esta mensagem tem tudo a ver com o pensamento da época e com o público presente, dentre os quais os mais esperançosos, os pobres já desiludidos, os doutores da lei, os sacerdotes e fariseus que estudavam e conheciam profundamente o Velho Testamento e ficavam sempre à espreita de Jesus para ver se Ele caía em alguma contradição. Eles estavam cheios de sua sabedoria intelectual da Bíblia e achavam que ninguém poderia ter nada mais de útil ou de válido vindo de Deus para enriquece-los e nisto eles eram duros de coração. No coração aberto e vazio dos pobres ali presentes estava a esperança, a certeza de que o Messias era Jesus e que a partir dele suas dores e seus sofrimentos iriam terminar. Imaginavam encontrar os caminhos a serem apontados pelo Mestre pois ainda se recordavam do anuncio de João “ Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o Pecado do Mundo” . Era em torno desta fé e desta esperança que foram ao encontro e ao chamamento de Jesus.

Mas o que venha a ser pobre de espírito ( ou ter um espírito ou coração de pobre)?.

A pobreza de espírito se caracteriza pela humildade, por um comportamento humano vazio de si mesmo. A pessoa se revela destituída de qualquer sentimento de orgulho ou de vaidade, não se julga a tal e nem se põe acima das outras pessoas. Revela simplicidade e está sempre ávida por tudo aquilo que possa receber ou adquirir. A pessoa pobre em espírito se encaixa naquele perfil que São Paulo descreve em Coríntios 13 falando sobre o amor . Plageando São Paulo poderíamos até dizer:

"O pobre em espírito é sofredor, é benigno; o pobre em espírito não é invejoso; o pobre em espírito não se vangloria, não se ensorbebece,

não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;

tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, tudo perdoa”.

Estas são as credenciais que devem portar as pessoas pobres em espírito. Elas são destituídas de si mesmas, são pacientes e puras de coração e sempre ávidas das coisas de Deus.

Quanto mais vazia a pessoa está de si mesma mais em condições está para prover-se do espírito de Deus a ponto de poder repetir com São Paulo ‘já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim”.

A Bíblia está repleta de ensinamentos e de situações que revelam presença ou ausência da POBREZA DE ESPÍRITO no coração das pessoas. Citaremos somente algumas como exemplos. Comecemos com a história do fariseu e do publicano fazendo sua oferta a Deus no templo.



Disse Jesus “Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano.

O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: óh Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda como este publicano.

Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho.

Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: óh! Deus, sê propício a mim, o pecador!

Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado”.

Jesus mesmo chama a atenção dos apóstolos dizendo-lhes: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.

O orgulho, a empáfia, a arrogância são contrários aos ensinamentos de Jesus. O céu é para os simples, para os puros, para os humildes. “Se vocês não forem como estas criancinhas.... não entrarão no reino do céu”.

Ser pacientes e generosos uns para com os outros é a permanente mensagem de Jesus.

A pessoa orgulhosa se julga superior às demais e sua prepotência é um impecilho para o amor fraterno.

É por meio do orgulho que outros sentimentos negativos penetram no coração do homem, tais como a inveja, o ciúme, a calunia, a impaciência, a arrogância, a vaidade e, o pior deles, o egoísmo.

A pessoa orgulhosa tem dificuldade para amar, pois este sentimento responde prontamente à principal fraqueza que domina toda pessoa orgulhosa: a vaidade.

A pessoa orgulhosa olha com desdém para seus semelhantes, é avessa a qualquer sentimento de compaixão. Porta-se exatamente ao contrário de quem possui pobreza de espírito.



Augusto Ferreira Neto e

Maria da Conceição Ferreira de Paula

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