domingo, 29 de março de 2009

BEM-AVENTURANÇAS - Os perseguidos por causa da JUSTIÇA

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos céus!
Interpretação ( O que é?)

Dicionário Aurélio
1. Incomodar, importunar:
2. Fazer punir; castigar:
3. Vexar com violência; atormentar, torturar, flagelar

4. Como foi dito anteriormente: justiça é dar a cada um o que lhe é devido de direito. Mas a prática de justiça não é e nem nunca foi uma constante no mundo. No Brasil é corriqueira a frase: “todo mundo gosta de levar vantagem em tudo” ... Mesmo que essa vantagem possa estar praticando a injustiça com alguém. O dever de todo cristão é denunciar as injustiças, é propugnar pela prática do bem, é mostrar os caminhos corretos apontados por Jesus para que os homens vivam em paz uns com os outros.
Mas os cristãos ao apontarem os caminhos da justiça, daquilo que é correto, :”do seu a seu dono”, não raro causam dissabores nos que praticam o mal PARA GOZAREM DOS PRIVILÉGIOS E DAS HONRAS DO PODER E DA RIQUEZA e por isto são terrivelmente perseguidos. Em situações de TIRANIA política são atormentados; são torturados; são flagelados e mortos pelos donos do poder temporal. Assim ocorreu com João Batista e por isto ele foi perseguido, preso e morto, sendo sua cabeça apresentada numa bandeja, numa festa, aos convidados de Herodes representante local do prepotente poder romano.


01. Análise( Por que e para que)

“Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha
nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa.
Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”.

Vivemos em um mundo de crueldade e de injustiças, onde os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres vão se tornando cada vez mais miseráveis. As riquezas da terra se concentram nas mãos de poucos, em torno de 10 por cento da população mundial, enquanto 70 por cento possuem um mínimo para sobrevivência e os restantes sobrevivem das migalhas que sobram das mesas dos demais.
Um olhar misericordioso para os vários cenários humanos do mundo nós vamos encontrar lugares na India, na África, no Oriente Médio, na China, na Europa Oriental, nas periferias de todas as cidades da América Central e do Sul, NOS "guetos" e nas favelas de várias partes do mundo, onde milhões de irmãos, igualmente como nós Filhos de Deus, não possuem os bens necessários para viverem uma vida com dignidade para si e para seus familiares. Há carências de toda ordem: de comida, de vestuário, de escolas, de assistência médica condigna, de liberdade, de trabalho e de emprego, de prisão condigna e de atendimento humanitário compatível com suas necessidades de ser humano, imagem e semelhança de Deus. O registro das desigualdades é revoltante.

Nesse cenário de dolorosa desigualdade o cristão tem quer ser a voz que denuncia as injustiças (como Jesus sempre fez) e suplica pelos injustiçados, por aqueles cujas vozes não são ouvidas ou consideradas; o cristão tem que ser o que aponta as mazelas sociais, que indica as condutas políticas aéticas, corruptas e privilegiadoras das elites abastadas e dos dominadores do poder em todos os níveis das esferas governamentais e em todas as camadas sociais mais abastadas, dentre eles os do poder religioso, do poder político, dos dominadores de bens de capital e empresarias e gestão organizacional, onde as castas dominantes legislam e administram o poder em favor de seus próprios interesse, visando permanentes e irremovíveis privilégios, com mordomias inconcebíveis e nepotismos revoltantes, sempre dominados pela posse do poder e de toda a riqueza da terra.
O cristão não pode se omitir diante deste quadro de dramática desigualdade e tem que ser a voz que clama por um povo oprimido e sofredor. Assim fez João Batista no deserto, preparando os caminhos do Senhor. Denunciou tudo!
O cristão tem o dever de ser o missionário da BOA NOVA DE JESUS que deseja um mundo mais humano que leve os homens a uma relação mais fraterna, de partilha e de justiça; um mundo sem as desigualdades vigentes; buscando a construção de uma sociedade mais justa e mais humana, solidária, comunitária e sensível ao sofrimento dos mais pobres e dos marginalizados do ponto de vista religioso, político, econômico, cultural e social. E ao clamar por JUSTIÇA, o cristão torna-se irremediavelmente alvo de perseguição dos poderosos, dominadores das riquezas e do poder político e econômico terrestre. E são estes cristãos perseguidos aqueles a quem Jesus garante que “deles é o reino dos céus”.
Exemplos Bíblico
Isaias (58,5-9)
O jejum que eu quero é este: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo; repartir a comida com quem passa fome, hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu, e não se fechar à sua própria gente. Se você fizer isso, a sua luz brilhará como a aurora, suas feridas vão sarar rapidamente, a justiça que você pratica irá à sua frente e a glória de Javé virá acompanhando você. Então você clamará, e Javé responderá; você chamará por socorro, e Javé responderá: «Estou aqui!»
Assim nos relata Philip Yancey:
Martin Luther King, Jr. teve algumas fraquezas, mas uma coisa ele fez certo. Contra todas as desvantagens, contra todos os instintos de autopreservação, permaneceu fiel ao princípio da pacificação. Não revidava. Quando outros gritavam pedindo vingança, ele clamava por amor. Os defensores dos direitos civis colocavam seus corpos alinhados diante de policiais com cassetetes, mangueiras de bombeiros e cães pastores alemães rosnando. Isso foi, de fato, o que lhes deu a vitória que há tanto buscavam. (...)O público americano, horrorizado com a cena de violenta injustiça, finalmente deu consentimento para a passagem de uma lei de direitos civis.
King, como Gandhi antes dele, morreu como mártir. Depois de sua morte, mais e mais pessoas começaram a adotar o princípio do protesto sem violência como meio de exigir justiça. Nas Filipinas, depois do martírio de Benigno Aquino, pessoas comuns derrubaram um governo reunindo-se nas ruas para orar; tanques armados foram interceptados por filipinos ajoelhados, como se fossem bloqueados por uma força invisível. Mais tarde, no notável ano de 1989, na Polônia, na Hungria, na Checoslováquia, na Alemanha Oriental, na Bulgária, na Iugoslávia, na Romênia, na Mongólia, na Albânia, na União Soviética, no Nepal e no Chile, mais de meio bilhão de pessoas descartaram-se do jugo da opressão por meios não-violentos. Em muitos desses lugares, especialmente nas nações da Europa Oriental, a igreja liderou o caminho. Os demonstradores marcharam pelas ruas carregando velas, cantando hinos e orando. Como nos dias de Josué, os muros desmoronaram.

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