quarta-feira, 4 de março de 2009

UM PEQUENO GRANDE HOMEM

O FATO desta quinzena tem como texto bíblico o Evangelho de Lucas, no capítulo 19, versículos 1 a 10, cujo conteúdo é rico, variado e nos mostra como Deus pode exercer extraordinária transformação quando ocorre um encontro com Jesus como aconteceu com o nosso grande homem.

INTRODUÇÃO

Há uma grande semelhança entre o jovem rico e Zaqueu, pois ambos tinham a mesma preocupação: a herança da vida eterna. Embora tivessem um estilo de vida completamente diferente, a necessidade básica dos dois era uma só. Eram homens diferentes, com origens e formação diferentes, provavelmente de idade diferentes também. Cada um tinha vindo de um ambiente e de uma cultura e tinham cada um a sua história.

Zaqueu provém de uma palavra hebraica traduzida como "justo". Ele era de Jericó, uma cidade muito próspera que ficava perto da fronteira da Peréia, e distava cerca de 24 km de Jerusalém. Era líder dentre os publicanos, isto é, chefe dos cobradores de impostos. Recebia, assim, comissão sobre tudo que era arrecadado.

A - SUAS QUALIDADES

1. Era curioso. Ele procurava ver quem era Jesus ( versículo 3 do texto básico(. Apesar de rico, apesar de chefe dos demais coletores de impostos daquele distrito, desejava conhecer alguém muito especial, um homem famosos por seus feitos poderosos, que andava fazendo o bem.Muitas vezes pensamos na curiosidade como defeito, mas muitas ve\zes também nos enganamos. A curiosidade fútil de conhecer os males da vida alheia para divulgá-los é um mal, é pecado diante de Deus, mas curiosidade sã, que tem por objetivo adquirir conhecimento de alguma coisa útil e boa é uma virtude. Zaqueu era curioso no bom sentido do termo. O crente deve ser curioso nessa sentido. Ele deve estar interessado em devassar os segredos da Palavra de Deus, e crescer no conhecimento da vida espiritual para se tornar mais sábio e eficiente. A curiosidade é útil à investigação. Não existiria a ciência moderna se os cientistas não fossem curiosos. Por isso a curiosidade de Zaqeu deve ser considerada por todos nós, amado leitor, uma virtude e não um defeito. A curiosidade em si não é um mal. O seu motivo é que a torna boa ou má. O motivo de Zaqueu era conhecer Jesus, e esse motivo é sempre muito bom.

2. Era determinado. Ele não podia ver Jesus, porque era muito pequeno. Então teve uma idéia. Viu uma árvore a certa distância, correu e subiu nos seus galhos. Lá de cima pode descobrir o Mestre. O fato de subir na árvore haveria de chamar a atenção do povo. Mas, ele havia proposto ver Jesus, e tudo faria para realizar o seu objetivo. Tinha determinação, era resolvido. Sabia agir com presteza. É essa uma ótima qualidade no homem. Infelizmente daqueles que sofrem da vontade e são indecisos, irresolutos sem iniciativa. Na vida espiritual a determinação é de valor. Há muitas pessoas que ficam por longo tempo vacilantes, indecisas diante de Cristo. Conhecem-no, mas estão sempre adiando a sua decisão. Parece que são imóveis no espírito, incapazes de resolver. Zaqueu não era assim. As suas resoluções foram rápidas, desde que o objetivo já estivesse definido. Nós também devemos ser assim. Se somos cristãos, vamos viver como cristãos; se gostamos da igreja de Cristo, vamos nos filiar a ela, sem demora.

3. Era hospitaleiro. Jesus lhe disse que desejava hospedar-se com ele naquele dia (v.5). Desceu depressa e cheio de alegria o recebeu (v.6). Talvez hospedasse poucas pessoas, porque sendo chefe dos publicanos não era estimado (v.7), mas no seu coração existia a boa disposição de hospedar amigos. a sua casa estava pronta para receber o grande homem que chegava à sua cidade. A hospitalidade prazeirosa é uma qualidade que tem que ser inerente ao cristão (Hebreus 13.2; 1 Pedro 4.9-10).

4. Era um grande pecador. Tinha várias virtudes, mas era um grande faltoso diante de Deus e da sociedade. A primeira prova de que era grande pecador se encontra no fato de ser chefe dos publicanos e rico. Como sabemos, os publicanos eram os coletores de impostos para o governo romano, o qual exigia uma certa importância dos coletores, mas pouco se incomodava que eles agissem mal cobrando além do que era justo. Zaqueu, como chefe dos publicanos, estava em melhores condições para roubar nos impostos. Por isso a sua riqueza devia ser em grande parte roubada. Um comentarista diz que Zaqueu era um velhaco. Por causa das suas atividades era odiado pelos patriotas e desprezado pelos elementos bons da sociedade. Como um velhaco cobrador do imposto não podia merecer a consideração da sociedade e como um agente do governo estrangeiro e que dominava, não podia agradar aos patriotas. Era faltoso em todos os sentidos, tanto diante de Deus como diante dos homens. Mas a maior prova de que ele era um grande pecador encontramos no versículo dez, onde Jesus diz " O Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido". Era um perdido e Jesus conversou com ele para salvá-lo,

O próprio Zaqueu sentia os seus pecados, as suas faltas, e por isto sentia falta de paz. O ímpio não tem paz, disse o profeta, e ele era um ímpio. Mesmo sendo rico, não era feliz. Certamente, com alguma freqüência, a sua consciência se despertava pra torturá-lo. Era judeu e conhecia a lei. Sentia pesar sobre a sua alma a justiça do Senhor e desejava encontrar perdão para os seus pecados, mas não conhecia os meios próprios para consegui-lo. O formalismo do templo não podia ajudá-lo. Ele não gozava da simpatia do povo. Era um desprezado, ele um elemento asqueroso da sociedade. Ele, com o seu temperamento hospitaleiro, alegre, jovial devia sentir-se mal com tudo aquilo. Desejava mesmo uma mudança de vida. Vejamos o que sucedeu com ele.

B - SEU ENCONTRO COM CRISTO

O importante da passagem de Jesus por Jericó foi o encontro que teve com Zaqueu. Consideremos esse encontro:

1 - Zaqueu procurou encontrar-se com Jesus. Ele ficou ocupado em procurar Jesus. O seu desejo era muito grande de ver o Mestre. A sua atitude é a do faminto que espera achar o pão e a do sedento que vislumbra uma fonte de água. Porém, apareceram algumas dificuldade, as quais procurou vencer. A primeira delas foi a sua estatura. Ele era pequeno e se não tomasse alguma providência, perderia a oportunidade. Assim sendo, correu e subiu numa árvore. Outra dificuldade que teve de enfrentar foi o fato de ser um publicano. O povo não gostava dele. Os que estavam interessados em Jesus haveriam de se aborrecer. Mesmo os outros publicanos estranhariam a sua atitude. Uma terceira dificuldade era a sua riqueza. Jesus era pobre e andava acompanhado de homens pobres. A aparência dele revelaria logo a sua condição material. Interessar-se pelo Mestre era correr o risco de ter de sustentar aquele grupo todo de discípulos. Mas ele deixou a questão das riquezas para o lado e procurou realizar o seu desejo.
Texto de Assis Ferreira da Silva, extraído de FOLHA DO ASSIS

(Continua no Próximo Número)

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