domingo, 29 de março de 2009

BEM-AVENTURANÇAS - Os perseguidos por causa da JUSTIÇA

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos céus!
Interpretação ( O que é?)

Dicionário Aurélio
1. Incomodar, importunar:
2. Fazer punir; castigar:
3. Vexar com violência; atormentar, torturar, flagelar

4. Como foi dito anteriormente: justiça é dar a cada um o que lhe é devido de direito. Mas a prática de justiça não é e nem nunca foi uma constante no mundo. No Brasil é corriqueira a frase: “todo mundo gosta de levar vantagem em tudo” ... Mesmo que essa vantagem possa estar praticando a injustiça com alguém. O dever de todo cristão é denunciar as injustiças, é propugnar pela prática do bem, é mostrar os caminhos corretos apontados por Jesus para que os homens vivam em paz uns com os outros.
Mas os cristãos ao apontarem os caminhos da justiça, daquilo que é correto, :”do seu a seu dono”, não raro causam dissabores nos que praticam o mal PARA GOZAREM DOS PRIVILÉGIOS E DAS HONRAS DO PODER E DA RIQUEZA e por isto são terrivelmente perseguidos. Em situações de TIRANIA política são atormentados; são torturados; são flagelados e mortos pelos donos do poder temporal. Assim ocorreu com João Batista e por isto ele foi perseguido, preso e morto, sendo sua cabeça apresentada numa bandeja, numa festa, aos convidados de Herodes representante local do prepotente poder romano.


01. Análise( Por que e para que)

“Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha
nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa.
Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”.

Vivemos em um mundo de crueldade e de injustiças, onde os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres vão se tornando cada vez mais miseráveis. As riquezas da terra se concentram nas mãos de poucos, em torno de 10 por cento da população mundial, enquanto 70 por cento possuem um mínimo para sobrevivência e os restantes sobrevivem das migalhas que sobram das mesas dos demais.
Um olhar misericordioso para os vários cenários humanos do mundo nós vamos encontrar lugares na India, na África, no Oriente Médio, na China, na Europa Oriental, nas periferias de todas as cidades da América Central e do Sul, NOS "guetos" e nas favelas de várias partes do mundo, onde milhões de irmãos, igualmente como nós Filhos de Deus, não possuem os bens necessários para viverem uma vida com dignidade para si e para seus familiares. Há carências de toda ordem: de comida, de vestuário, de escolas, de assistência médica condigna, de liberdade, de trabalho e de emprego, de prisão condigna e de atendimento humanitário compatível com suas necessidades de ser humano, imagem e semelhança de Deus. O registro das desigualdades é revoltante.

Nesse cenário de dolorosa desigualdade o cristão tem quer ser a voz que denuncia as injustiças (como Jesus sempre fez) e suplica pelos injustiçados, por aqueles cujas vozes não são ouvidas ou consideradas; o cristão tem que ser o que aponta as mazelas sociais, que indica as condutas políticas aéticas, corruptas e privilegiadoras das elites abastadas e dos dominadores do poder em todos os níveis das esferas governamentais e em todas as camadas sociais mais abastadas, dentre eles os do poder religioso, do poder político, dos dominadores de bens de capital e empresarias e gestão organizacional, onde as castas dominantes legislam e administram o poder em favor de seus próprios interesse, visando permanentes e irremovíveis privilégios, com mordomias inconcebíveis e nepotismos revoltantes, sempre dominados pela posse do poder e de toda a riqueza da terra.
O cristão não pode se omitir diante deste quadro de dramática desigualdade e tem que ser a voz que clama por um povo oprimido e sofredor. Assim fez João Batista no deserto, preparando os caminhos do Senhor. Denunciou tudo!
O cristão tem o dever de ser o missionário da BOA NOVA DE JESUS que deseja um mundo mais humano que leve os homens a uma relação mais fraterna, de partilha e de justiça; um mundo sem as desigualdades vigentes; buscando a construção de uma sociedade mais justa e mais humana, solidária, comunitária e sensível ao sofrimento dos mais pobres e dos marginalizados do ponto de vista religioso, político, econômico, cultural e social. E ao clamar por JUSTIÇA, o cristão torna-se irremediavelmente alvo de perseguição dos poderosos, dominadores das riquezas e do poder político e econômico terrestre. E são estes cristãos perseguidos aqueles a quem Jesus garante que “deles é o reino dos céus”.
Exemplos Bíblico
Isaias (58,5-9)
O jejum que eu quero é este: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo; repartir a comida com quem passa fome, hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu, e não se fechar à sua própria gente. Se você fizer isso, a sua luz brilhará como a aurora, suas feridas vão sarar rapidamente, a justiça que você pratica irá à sua frente e a glória de Javé virá acompanhando você. Então você clamará, e Javé responderá; você chamará por socorro, e Javé responderá: «Estou aqui!»
Assim nos relata Philip Yancey:
Martin Luther King, Jr. teve algumas fraquezas, mas uma coisa ele fez certo. Contra todas as desvantagens, contra todos os instintos de autopreservação, permaneceu fiel ao princípio da pacificação. Não revidava. Quando outros gritavam pedindo vingança, ele clamava por amor. Os defensores dos direitos civis colocavam seus corpos alinhados diante de policiais com cassetetes, mangueiras de bombeiros e cães pastores alemães rosnando. Isso foi, de fato, o que lhes deu a vitória que há tanto buscavam. (...)O público americano, horrorizado com a cena de violenta injustiça, finalmente deu consentimento para a passagem de uma lei de direitos civis.
King, como Gandhi antes dele, morreu como mártir. Depois de sua morte, mais e mais pessoas começaram a adotar o princípio do protesto sem violência como meio de exigir justiça. Nas Filipinas, depois do martírio de Benigno Aquino, pessoas comuns derrubaram um governo reunindo-se nas ruas para orar; tanques armados foram interceptados por filipinos ajoelhados, como se fossem bloqueados por uma força invisível. Mais tarde, no notável ano de 1989, na Polônia, na Hungria, na Checoslováquia, na Alemanha Oriental, na Bulgária, na Iugoslávia, na Romênia, na Mongólia, na Albânia, na União Soviética, no Nepal e no Chile, mais de meio bilhão de pessoas descartaram-se do jugo da opressão por meios não-violentos. Em muitos desses lugares, especialmente nas nações da Europa Oriental, a igreja liderou o caminho. Os demonstradores marcharam pelas ruas carregando velas, cantando hinos e orando. Como nos dias de Josué, os muros desmoronaram.

sábado, 28 de março de 2009

O MAIS IMPORTANTE É A IGREJA

Dom Robinson Cavalcanti (Revista Ultimato)

A Igreja é o que de mais importante existe no mundo. Criada pela vontade de Cristo, ela é a agência da salvação, ensaio e vanguarda da nova humanidade. Deus havia chamado Israel (obediente “versus” desobediente), e no passado nos falou pelos profetas, guardiões da lei. A função e o “status” de Israel -- a antiga aliança -- cessaram quando o véu do templo se rasgou. Hoje o judaísmo e o islamismo são apenas religiões semíticas monoteístas. A Igreja é o novo Israel, a nova aliança, e, como nos ensina Pedro, herdeira dos títulos e atributos do primeiro Israel: geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de Deus. Entre o antigo e o atual Estado secular de Israel (formado por 90% de ateus e agnósticos) só há em comum a geografia e as mirabolantes teorias de alguns protestantes. Os judeus (e todos os povos) devem ser enxertados no novo povo, porque não há salvação em nenhum outro nome senão o de Jesus.

A crise da Igreja é resultado da sua baixa autoestima, da falta de autocompreensão e conhecimento não somente sobre sua missão, mas também sobre sua natureza e organização -- uma crise de identidade em razão de uma ruptura com sua história, suas raízes. Como povo-instituição de Deus, a Igreja é mais importante do que a família biológica ou adotiva, do que o mundo do trabalho e do lazer, do que o Estado ou qualquer expressão da sociedade civil. Ela é portadora única do sentido para as demais coisas -- o evangelho e o poder do Espírito Santo -- e é nela onde se convive não somente para o tempo, mas para a eternidade. A Igreja não é apenas suas expressões localizadas: as comunidades locais, as tabas religiosas com seus caciques ou as casas de shows para expressão das fogueiras da vaidade. A igreja vive hoje em pecado porque desobedece aos dois princípios basilares a ela destinados pelo seu fundador e Senhor: a unidade e a verdade. O cisma (divisão do corpo) deixou de ser considerado um grave pecado pelo desordenado denominacionalismo; a heresia deixou de ser considerado um grave pecado pela crescente e ilimitada “diversidade” e “inclusividade”. Os cismas são heresias, e as heresias são cismas. Essa tragédia se transformou em rotina ante a indiferença de todos.

“Denominação” é uma palavra que não se encontra nas Sagradas Escrituras nem na obra de nenhum autor relevante da história do pensamento cristão antes do século 18. Não é um termo teológico, eclesiológico, mas apenas sociológico, administrativo, jurídico, humano, corrente nos últimos duzentos anos a partir da realidade da “livre empresa” e do “‘self-service’ religioso” norte-americano. Quando a Igreja una, santa, católica, apostólica e reformada dá lugar a uma miríade de “denominações” ou “ministérios”, o evangelho é parcializado, a missão é mutilada e vivemos na carne, por mais piedoso e espiritualizado que seja o nosso discurso. Afirmar que “Deus me mandou criar um novo ministério” é uma blasfêmia.

A Reforma Protestante foi um dos capítulos mais importantes da história da Igreja, mas o seu desdobramento em correntes extremadas fez com que o bebê fosse jogado fora junto com a água do banho. Ela preocupou-se com a autoridade (das Escrituras) e com a salvação (pela graça mediante a fé em Jesus) e se descuidou da eclesiologia, do estudo da própria Igreja. A instituição que deveria garantir a preservação dessas verdades logo foi atropelada pelo racionalismo liberal ou pelo literalismo fundamentalista. O livre exame, de livre acesso e investigação, deu lugar à livre conclusão. Ao contrário da criação, a Igreja se tornou sem forma e vazia. A releitura das Escrituras pela burguesia europeia, 1600 anos depois, fez os congregacionais tomarem o embrião e os presbiterianos tomarem o feto como se já fosse o ser nascido (institucionalizado) -- fato que a história atesta ter acontecido (muito cedo) somente com a consolidação do episcopado. Por sua vez, a pretensão da Igreja de Roma (e de alguns ramos da ortodoxia oriental) de ser “a” Igreja, em uma visão monocêntrica da história, não faz justiça à verdade policêntrica das sés e dos patriarcados deixados pelos apóstolos em diversas regiões. Foi no Oriente que viveu a maioria dos Pais da Igreja e onde aconteceram todos os Concílios da Igreja indivisa (responsáveis pelo consenso dos fiéis); ainda assim, 1.200 anos de história da Igreja no Oriente (períodos bizantino, pré-calcedônio, pré-efesiano ou uniata) representam apenas algumas notas de rodapé ou algumas linhas nas obras dos historiadores católicos romanos ou protestantes (“anabatistizados”). Ficamos vulneráveis com essa lacuna, em uma época de desprezo pelo passado e de arrogância individualista e imediatista. A universalidade da Igreja, com a multiforme manifestação da graça de Deus em todo o mundo, é mutilada pela hipervalorização (quase exclusiva) do que nos vem do império do momento. Como foi mesmo a definição do cânon bíblico, das doutrinas dos credos, dos sacramentos e do governo episcopal?

terça-feira, 24 de março de 2009

Um Pequeno Grande Homem - ZAQUEU (FINAL)

Como vimos na PRIMEIRA PARTE já publicada deste FATO, o texto básico está no Evangelho de Lucas, Capítulo 19, versículos de 1 a 10, que retrata o encontro de Jesus com o pequeno publicano Zaqueu. Vimos também que o nome Zaqueu provém de uma palavra hebraica traduzida como JUSTO. Ele era de Jericó, uma cidade muito próspera que ficava perto da fronteira da Peréia, e distava cerca de 24 km de Jerusalém. Era líder dentre, os publicanos, isto é, chefe dos cobradores de impostos. Recebia , assim, comissão sobre tudo o que era arrecadado.

Falamos também a respeito de suas QUALIDADES como homem curioso, determinado, hospitaleiro e pecador.

Focalizamos com detalhes seu encontro com Jesus Cristo e como olhou para Jesus, lá de cima da árvore onde tinha subido para ver o Mestre, pois era muito pequeno. E comentamos, ainda, como deu o seu encontro com Jesus.

Hoje vamos tratar de quais foram os resultados daquele encontro de Zaqueu com Jesus.

1. TRANSFORMAÇÃO. Foi esse o primeiro grande resultado. Zaqueu mostrou o seu amor ao próximo prometendo repartir metade dos seus bens com os pobres, e a sua retidão prometendo pagar para todos os que havia defraudado, quadruplicamente. A lei mosaica exigia o pagamento de apenas um quinto daquilo que se houvesse roubado (Números 5.7). Ele promete restituir o que havia roubado e ainda três vezes mais. A sua conversão era real, porque começou pelo desprendimento das riquezas. Queria dar, queria reparar o mal que havia feito.

2. SALVAÇÃO. Jesus conhecia o coração de Zaqueu, por isso declarou que a salvação entrara naquela casa. Zaqueu tinha se arrependido e crido. Estava salvo. Os seus pecados tinham sido perdoados, a reconciliação com Deus tinha sido estabelecida. O seu Salvador hospedou-se com ele. Logo, amado leitor, o resultado maior do encontro com Jesus é a salvação eterna.

3. FELICIDADE. Zaqueu, apesar de rico, não era um homem feliz, não tinha paz na sua consciência, não gozava da amizade do povo. Agora a sua vida tinha outro significado, E apesar da história de seu encontro com Jesus ser muito resumida ela é cheia de júbilo. Ele experimentou grande alegria no encontro com Jesus. Esse, amigo leitor, é sempre o grande resultado. Os filhos arrependidos que voltam para a casa de Deus, são recebidos com banquetes. Há alegria nos céus por um pecador que se arrepende, e também no coração do arrependido

Text de Assis Ferreira da Silva -Extraído de Folha do Assis
http://br.geocities.com/asfersilva

sexta-feira, 20 de março de 2009

BEM-AVENTURANÇAS -os puros de coração

Interpretação ( O que é?)
Dicionário Aurélio:

1. Estado ou qualidade de puro:
2. Limpidez, transparência, nitidez:
3. Inocência, singeleza, sinceridade:

Puros de coração são aquelas pessoas que possuem um coração de criança; que são destituídas de qualquer ódio ou maldade; que são magnânimas; que só conseguem enxergar o lado bom das coisas e dos acontecimentos. A pureza é a marca registrada do coração inocente realçado por Jesus no “Deixai vir a mim as criancinhas....pois delas é o Reino dos Céus”. Se não fordes assim como estas criancinhas...em verdade em verdade vos digo... não entrareis no reino dos céus.
A pureza e a doçura são virtudes desejáveis nas relações afetivas, uma vez que sequer atingimos plenamente a polidez, ponto de partida desta desejável virtude.
Análise( Por que e para que)
Exemplos Bíblico
Tessalonicenses 4 =3 A vontade de Deus é que vivam consagrados a ele, que se afastem da libertinagem, 4 que cada um saiba usar o próprio corpo na santidade e no respeito, 5 sem deixar-se arrastar por paixões libidinosas, como os pagãos que não conhecem a Deus.
Tessalonicenses 5 =23 Que o próprio Deus da paz conceda a vocês a plena santidade. Que o espírito, alma e corpo de vocês sejam conservados de modo irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. 24 Quem chamou vocês é fiel e realizará tudo isso.


Situações de Vida( Exemplos e Testemunhos)

Os apelos da carne e as paixões do mundo são os maiores obstáculos que os cristãos enfrentam para permanecerem puros de coração e fiéis a Deus.
Alguém já escreveu que depois da fome o sexo é o nosso maior problema. As paixões libidinosas arrastam diariamente milhares de pessoas para os caminhos da perdição. A impureza de seus habitantes levou Sodoma e Gomorra à destruição.
Revistas, jornais, cinema, televisão, internet e toda a mídia em geral poluem a mente humana e fazem das cenas de sexo, do uso da droga e das cenas de terror e violência os seus principais apelos para ganhar seu público e conseguem sucesso nadando por isto em rios de dinheiro. Esta é a porta larga, fácil de entrar, de que fala Jesus e que está a serviço do maligno.
Em contrapartida a resistência ao pecado e o domínio de suas paixões colocaram também milhares de santos nos caminhos de Jesus.
Se o nosso corpo, como afirma Jesus, é templo do Espírito Santo, é nosso dever torná-lo puro para ser digno de abrigar o sagrado . A pureza refrigera a alma e é sabedoria para os humildes. A resistência às tentações só pode ser fortalecida com a graça de Deus. E foi esta graça que alcançou São Paulo quando afirmava ter um espinho na carne e ouviu de Deus a mensagem “a você basta a minha graça”.
Libertinagem de sexo desregrado, orgias. bacanais e bebedeiras, drogas e outras paixões carnais arrastam a pessoa para a morte do corpo e da alma e a afasta de Deus.
Se a impureza me pode impedir de ver a Deus, torna-se imperioso para mim afastar-me de toda a impureza para ter o privilégio eterno de ver a Deus, como é a promessa de Jesus nesta sentença das Bem-Aventuranças.
Yancey:
Bem-aventurados os puros de coração.
Durante um período de minha vida em que lutava contra a tentação sexual, encontrei um artigo que me levou a um livrinho, What I believe [Em que creio], de um escritor católico francês, François Mauriac. Surpreendeu-me que Mauriac, homem idoso, dedicasse considerável espaço para discutir sua própria concupiscência. Ele explicava: “A idade avançada arrisca-se a ser um período de redobrada tentação, porque a imaginação de um homem velho substitui de maneira horrível o que a natureza lhe recusa”.
Assim, ele avaliou os argumentos tradicionais a favor da pureza e descobriu que são incompletos.
Mauriac concluiu que a autodisciplina, a repressão e os argumentos racionais são armas inadequadas para lutar contra o impulso da impureza. No fim, ele encontraria apenas um motivo para ser puro, e é o que Jesus apresentou nas bem-aventuranças: “Bem-aventurados os puros de coração, pois eles verão a Deus”. Nas palavras de Mauriac: “A impureza nos separa de Deus. A vida espiritual obedece a leis tão verificáveis quanto as do mundo físico [...] A pureza é a condição para um amor mais elevado — para a posse acima de todas as outras posses: a de Deus. Sim, isso é o que está em jogo, e nada menos”.
Ler as palavras de François Mauriac não acabou com minha luta contra a concupiscência. Mas posso dizer sem sombra de dúvida que achei sua análise verdadeira. O amor que Deus nos estende exige que nossas faculdades sejam limpas e purificadas antes de podermos receber um amor mais elevado, um amor que não pode ser obtido de nenhum outro meio. Esse é o motivo para permanecermos puros. Abrigando a concupiscência, limito minha própria intimidade com Deus.
Os puros de coração são verdadeiramente bem-aventurados, pois verão a Deus. É assim simples, e difícil”.

sábado, 14 de março de 2009

AS BEM-AVENTURANÇAS- Fome e Sede de Justiça



01. Interpretação ( O que é?)  
Dicionário Aurélio: 
1.Conformidade com o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu.
2. A faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência.  
A justiça é a única virtude absolutamente boa. A justiça tem o símbolo da balança: equilíbrio, proporção; a cada parte o que lhe pertence: nem mais nem menos. A pessoa justa é aquela que sabe ver os dois lados de uma situação e busca dar a cada um o que lhe é de direito.
Santo Agostinho proclamava que a paz era um produto da justiça. Quando se pratica a justiça, promove-se a paz. Uma está visceralmente ligada à outra. No Livro da Sabedoria está dito que A PAZ É PROMOVIDA PELA JUSTIÇA.  

Justiça é a constante e perpétua vontade de dar a cada um o que lhe pertence”. Esta talvez seja a mais famosa definição de JUSTIÇA ensinada nos Cursos de Direito .

02. Análise( Por que e para que)  

Para os doutores da lei, para os escribas e fariseus, fazer justiça seria aplicar rigorosamente tudo aquilo que a Lei de Deus determina em seus mandamentos.
Para Jesus fazer justiça seria julgar com equilíbrio,  com compaixão, com misericórdia, tomando a lei apenas como referência. 
A lei deve ser vista como uma trilha flexível que se move em razão das circunstâncias, das condições humanas, dos acontecimentos e não um trilho rígido e incontornável que deverá ser seguido por todos nós, custe o que custar.


03. Exemplos Bíblico  
João 8
"1. Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras.
2. Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar.
3. Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério.
4. Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério.
5. Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso?
6. Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra.
7. Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra.
8. Inclinando-se novamente, escrevia na terra.
9. A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele.
10. Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?
11. Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar ".( João 8, 1-11) 
Lucas 7
Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume;
38. e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume.
39. Ao presenciar isto, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora.
40. Então Jesus lhe disse: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Fala, Mestre, disse ele.
41. Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta.
42. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?
43. Simão respondeu: A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou. Jesus replicou-lhe: Julgaste bem.
44. E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com os seus cabelos.
45. Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés.
46. Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés.
47. Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama.
48. E disse a ela: Perdoados te são os pecados.
49. Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer, então: Quem é este homem que até perdoa pecados?
50. Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: Tua fé te salvou; vai em paz. ) Lucass 7, 37 a 50)

Mateus 5, 37 a 48

38. Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente.
39. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra.
40. Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa.
41. Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil.
42. Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado.
43. Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.
44. Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem.
45. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.
46. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?
47. Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?
48. Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.


“Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus”. ( Mateus 5,20)

04. Situações de Vida( Exemplos e Testemunhos)  

Philip Yancey: " Jesus veio, ele nos disse, não para destruir a vida, mas para que a tivéssemos mais abundantemente, “vida... em abundância”. Paradoxalmente, obtemos essa vida abundante de maneiras que não imaginávamos. Nós a obtemos investindo nos outros, assumindo posição corajosa pela justiça, ministrando aos fracos e necessitados, buscando a Deus e não ao eu.
O filme Gandhi contém uma excelente cena na qual Gandhi tenta explicar sua filosofia ao missionário presbiteriano Charlie Andrews. Caminhando juntos em uma cidade sul-africana, os dois subitamente descobriram que seu caminho estava bloqueado por jovens rufiões. O reverendo Andrew olha para os gangsters ameaçadores e decide fugir. Gandhi o faz parar. “O Novo Testamento não ensina que, se um inimigo o ferir na face direita você deve lhe oferecer a esquerda?” Andrews murmura que acha que a frase foi utilizada metaforicamente. “Não tenho certeza”, Gandhi replica. “Acho que significa que devemos ter coragem — estarmos prontos a levar um golpe, diversos golpes, mostrar que não vamos revidar nem nos desviar. E, quando você age assim, o ódio dele diminui e o respeito aumenta. Penso que Cristo entendeu isso e tenho visto que funciona.”
bem-aventurados os misericordiosos. Aprendi a verdade dessa beatitude com Henri Nouwen, sacerdote que ensinava na Universidade de Harvard. No auge da carreira, Nouwen mudou-se de Harvard para uma comunidade chamada Daybreak, perto de Toronto, a fim de assumir as tarefas exigidas por sua amizade com um homem chamado Adam. Nouwen agora serve não aos intelectuais, mas a um jovem considerado por muitos uma pessoa inútil que deveria ter sido abortada.
Nouwen descreve seu amigo:

Adam é um homem de 25 anos de idade que não consegue falar, não consegue vestir-se, nem tirar a roupa, não pode andar sozinho, não pode comer sem ajuda. Ele não chora nem ri. Apenas às vezes faz contato com os olhos. As costas são deformadas. Os movimentos dos braços e das pernas são distorcidos. Ele sofre de severa epilepsia e, apesar de pesada medicação, raros dias se passam sem ataques do grande mal. Às vezes, quando fica subitamente rígido, emite um gemido imenso. Em algumas ocasiões já vi uma grande lágrima rolar por sua face.
Leva cerca de hora e meia para acordar Adam, dar-lhe medicação, carregá-lo até seu banho, lavá-lo, barbeá-lo, escovar seus dentes, levá-lo à cozinha, dar-lhe o café da manhã, colocá-lo em sua cadeira de rodas e levá-lo até o lugar em que passa a maior parte do dia com exercícios terapêuticos.
Em uma visita a Toronto, observei-o em sua rotina com Adam, e devo admitir que tive uma dúvida passageira quanto a ser aquele o melhor emprego da sua vida. Eu ouvira Henri Nouwen falar e lera muitos de seus livros. Ele tinha muita coisa a oferecer. Outra pessoa não poderia assumir a tarefa servil de cuidar de Adam? Quando cautelosamente mencionei o assunto com o próprio Nouwen, ele me informou que eu interpretara de todo erradamente o que estava acontecendo. “Não estou desistindo de nada”, ele insistiu. Sou eu, não Adam, quem recebe os principais benefícios de nossa amizade.”
Então Nouwen começou a enumerar para mim todos os benefícios que obtivera. As horas passadas com Adam, disse, deram-lhe uma paz interior tão satisfatória que fez com que a maioria de suas outras tarefas intelectuais parecessem enfadonhas e superficiais por contraste. No começo, quando se assentava com esse homem-criança desamparado, percebia como a busca do sucesso na academia e no ministério cristão era obsessiva e marcada pela rivalidade e pela competição. Adam lhe ensinara que “o que nos torna humanos não está em nossa mente mas em nosso coração, não a nossa capacidade de pensar, mas a nossa capacidade de amar”. Da natureza simples de Adam, ele vislumbrara o “vazio” necessário para que uma pessoa possa ser enchida por Deus — o tipo de vazio que os monges do deserto alcançam apenas depois de muita busca e disciplina.
Uma freira albanesa passou dezesseis anos num convento exclusivo, ensinando geografia para as filhas dos mais ricos bengalis e britânicos de Calcutá. Um dia, numa viagem de trem para o Himalaia, ela ouviu uma voz que a chamava para mudar de caminho e ministrar aos pobres mais pobres. Alguém poderia realmente duvidar que madre Teresa encontrou mais realização pessoal em sua ocupação final do que na primeira? Já vi esse princípio surgir nos santos e em pessoas comuns com tanta freqüência que agora entendo com facilidade por que os evangelhos repetem aquelas palavras de Jesus mais do quaisquer outras: “Pois aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á”.
Não me atreveria a sentir piedade por qualquer uma das pessoas que acabei de mencionar, embora todas tivessem convivido com dificuldades. Apesar de todos os seus “sacrifícios”, elas me parecem mais cheias de vida, não menos. Os que têm fome e sede de justiça acham a satisfação ".  Yancey continua: "
"Nas bem-aventuranças, nessas palavras estranhas que à primeira vista parecem absurdas, Jesus oferece uma chave paradoxal para a vida abundante. O reino do céu, ele disse em outro lugar, é como um tesouro de tal valor que qualquer investidor astuto vai “em sua alegria” vender tudo o que tem a fim de comprá-lo. Representa valor muito mais real e permanente do que qualquer outra coisa que o mundo tenha a oferecer, pois esse tesouro pagará dividendos aqui na terra e também na vida futura. Jesus coloca ênfase não no que abandonamos, mas no que recebemos. Não seria de nosso próprio interesse buscar tal tesouro? Quando ouvi as bem-aventuranças pela primeira vez, pareceram-me ideais impossíveis apresentados por algum místico sonhador. Agora, entretanto, vejo-as como verdades proclamadas por um realista tão pragmático, em cada palavra, quanto o general Norman Schwarzkopf. Jesus sabia como a vida funciona no reino do céu e também no reino deste mundo. Em uma vida caracterizada pela pobreza, pelo luto, pela humildade, pela fome de justiça, pela misericórdia, pela pureza, pela pacificação e pela perseguição, o próprio Jesus encarnava as bem-aventuranças. Talvez ele até concebesse as bem-aventuranças como um sermão para si mesmo e para o restante de nós, pois ele teria muitas oportunidades de praticar essas duras verdades." E mais:
"Encontrei uma chave para compreender o sermão do monte, não nas obras dos grandes teólogos, mas num lugar mais improvável: as obras de dois romancistas russos do século XIX. Deles extraí minha própria opinião sobre o sermão do monte e seu mosaico de lei e graça, constituído de metade de Tolstoi e de metade de Dostoievski"(...) 
"Ideais absolutos e graça absoluta: depois de aprender a mensagem dual dos romancistas russos, voltei para Jesus e descobri que ela, essa mensagem, espalha os ensinamentos dele por todo o evangelho e especialmente no sermão do monte. Em sua resposta ao jovem e rico advogado, na parábola do bom samaritano, em seus comentários acerca do divórcio, do dinheiro ou de qualquer outro assunto moral, Jesus nunca rebaixou o ideal de Deus. “Sede vós, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que esta nos céus”, ele disse. “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Nem Tolstoi, nem Francisco de Assis, nem a madre Teresa, nem ninguém cumpriu completamente esses mandamentos. Mas esse mesmo Jesus ofereceu ternamente a graça absoluta. Jesus perdoou uma adúltera, um ladrão na cruz, um discípulo que negou que o conhecia. Ele preparou esse discípulo traidor, Pedro, para fundar a sua igreja e, para dar o próximo passo, voltou-se para um homem chamado Saulo, que se destacou perseguindo cristãos. A graça é absoluta, inflexível, abrangente. Ela se estende até mesmo às pessoas que pregaram Jesus na cruz: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” foram algumas das últimas palavras de Jesus na terra".
PRECE DE UM JUIZ
AJUDA-ME SENHOR, a ser justo e firme, honesto e puro, comedido e magnânimo, sereno e humilde. Que eu seja implacável com o erro, mas compreensivo com os que erraram. Amigo da verdade e guia dos que a procuram. Aplicador da lei, mas antes de tudo, cumpridor da mesma. Não permita jamais que eu lave as minhas mãos como Pilatos diante do inocente, nem atire , como Herodes, sobre os ombros do oprimido, a túnica do opróbrio. Que eu não tema César e nem, por temor dEle, pergunte ao poviléu, se ele prefere "Barrabás ou Jesus "...Que o meu veredito não seja anátema candente e sim mensagem que regenera, a voz que conforta, a luz que clareia, a água que purifica, a semente que germina, a flor que nasce no estrume do coração humano.
Que a minha sentença possa levar consolo aos atribulados e alento ao perseguido. Que ela possa enxugar as lágrimas da viúva e o pranto dos órfãos.
E quando diante da cátedra em que assento desfilarem os andrajosos, os miseráveis, os párias sem fé e sem esperança nos homens, espezinhados, escorraçados, pisoteados e cujas bocas salivam sem ter pão e cujos rostos são lavados nas lágrimas da dor, da humilhação e do desprezo, AJUDA-ME SENHOR, a saciar a sua fome e sede de justiça.
AJUDA-ME SENHOR, Quando me atormentar a dúvida, ilumina o meu espírito; quando eu vacilar, alenta a minha alma; quando eu esmorecer, conforta-me; quando eu tropeças, ampare-me.

E QUANDO UM DIA, finalmente, eu sucumbir e já então como réu comparecer à Tua Augusta Presença para o último Juízo, olha SENHOR, compassivo para mim. Dita , SENHOR, a Tua Sentença. Julga-me como um Deus.
Eu julguei como homem.
( Obs. O autor desta belíssima e comovente oração, Dr. João Alfredo Medeiros Vieira foi Juiz de Direito da 9ª Circunscrição Judiciária de Santa Catarina, com sede em Joaçaba).

terça-feira, 10 de março de 2009

Mundinho "sem graça"

Estava vendo TV essa semana, uma quinta à noite(26 de fevereiro/2009), quando passei por um canal evangélico, coisa que não fazia há muito tempo, pois de uns tempos pra cá, o nível dos canais evangélicos caíram bruscamente. Bom, mas continuando, passei por um canal que é daqui de BH e resolvi parar, era um programa pertencente a um ministério de música muito famoso no Brasil.

A primeira coisa que me chamou atenção(e foi isso que fez com que eu parasse no canal) foram as imagens paradisíacas de um determinado local, mas logo o VT parou e a líder desse ministério entrou em um ônibus e em seguida começou a descrever o local, não a cidade em si ou suas atividades, mas o local, no caso, a Praia de Iracema em Fortaleza, na sua descrição parecia que ela estava descrevendo o próprio inferno, o que me deixou bobo é como que alguém que diz ter Deus na vida pode descrever um lugar lindo como aquele sem ao menos fazer algum tipo de ressalva antes. Pois bem, que falasse das atividades ilegais, pecaminosas e nada edificantes que ali acontecem, mas falar só isso? Será que foi o diabo que criou aquele lugar? Na minha Bíblia não diz isso não, na minha Bíblia diz que foi Deus, o Criador.

Eu, antes de falar qualquer coisa a respeito de qualquer atividade nada edificante que ali possa ocorrer, não perderia tempo ao contemplar aquela criação de Deus e depois faria uma observação sobre o que possa acontecer ali de degradante.


Mas continuemos, eu antes de vir para o computador escrever, resolvi dar mais uma chance para não parecer injusto ou fazer um julgamento precipitado, e infelizmente a minha volta a tv não colaborou muito, depois que o vt terminou a apresentadora e líder desse ministério veio com um papo embromation à respeito de demônios territoriais.

Bom, por incrível que pareça, não é muito o lado teológico que me chamou a atenção não, mas a falta de um olhar gracioso, de beleza, pessoas que dizem servir a Deus mas o seu olhar não é o mesmo do olhar de Deus. Não que eu saiba exatamente como seja o olhar de Deus, mas pela Bíblia sabemos que é um olhar amoroso e cheio de graça.

Infelizmente não é a primeira vez que a líder desse ministério esquece de colocar o óculos da graça quando se manifesta a respeito de algum lugar ou de alguém. Em Olinda, num evento que iria acontecer lá, ela relatou com alegria quando falou da morte de um carnavalesco(figura importante para aquela localidade), depois, como pegou mal, ela tentou se retratar, mas o que ficou, ficou, e a sua retratação também não foi tão significante assim.

O que acho peculiar, é que o mesmo olhar que acha demônios e só isso em lugares paradisíacos como a Praia de Iracema, muda ao olhar para Israel,
digo isso porque na platéia desse show várias pessoas impunhavam a bandeira de Israel, e sei que o referido ministério é simpático a essa visão também.

Israel, desde 1947 já matou centenas de milhares, senão milhões de palestinos, a maior parte deles civis, principalmente mulheres e crianças. O principal objetivo desse país tão idolatrado, em todas as suas ofensivas contra a Palestina é o extermínio total do povo desse país, objetivo esse que já foi declarado abertamente.

É óbvio que Israel tem muita importância na história bíblica e da salvação, mas suas ações hoje, nada tem a ver com isso, e não pode ser olhado com vistas grossas. Tem que ser levado em conta, e reprovado por quem se diz verdadeiramente cristão.

Ao meu ver, na pior das hipóteses, as visões teriam que ser invertidas, pois aquela nação que hoje pratica essas barbáries foi o povo escolhido de Deus, não só isso, foi onde Deus escolheu também que Seu Filho nascesse, morresse e ressuscitasse. Israel foi o povo a quem Deus primeiramente se revelou. Eles sabem o que estão fazendo e contra quem estão se rebelando.

No entanto, não posso dizer o mesmo à respeito das pessoas que frequentam de maneira particular aquela praia. Não posso afirmar que todas ali já ouviram falar do amor de Deus ou conhecem o Deus de Israel, e com certeza, chegar como turista numa determinada localidade e ficar ultrajando aquele lugar, principalmente porque foi um lugar que abriu suas portas para que aquele determinado ministério vendesse seus CDs, DVDs, camisas, posters e obviamente os seus ingressos, e cada um desses itens, nada baratos.

Em contrapartida a visão que essa líder nos ofereceu foi extremamente barata, é a visão de uma criança mimada que quando recebe um presente, o desdenha, nada a ser comparado a uma atitude que reconhece que lhe foi entregue um presente que não lhe custou nada, mas custou tudo para quem a presenteou. A falta de beleza demonstrada na descrição do local, que depois fui procurar as fotos pra ver e fiquei bobo de tão bonito que é o local, me fez lembrar imediatamente de um trecho de uma música que eu amo. E podem me chamar do que quiser, mas para mim, não só o trecho, como a música é uma das melhores descrições que ouvi até hoje sobre a graça.

A graça encontra beleza em tudo.(U2)

sábado, 7 de março de 2009

AS BEM-AVENTURANÇAS- OS MANSOS

Interpretação ( O que é?)Dicionário Aurélio: 1. Qualidade ou estado de manso.
2. Índole ou procedimento pacífico de quem é manso; brandura. Serenidade, tranqüilidade, calma.
A mansidão se carecteriza pelo comportamento dominado pela humildade, pela ternura e pela suavidade. "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração", era o que ensinava Jesus aos seus discípulos. A prepotência, a arrogância, a intolerância é o avesso do ensinamento de Jesus. UMA PESSOA DOTADA DO ESPÍRITO DE MANSIDÃO é aconchegante, cativa o seu semelhante e torna a convivência gratificante para todos que com ela se relacionam. “Se queres um amigo, cativa-me. Cativar é criar laços, ensinava o Pequeno Príncipe à raposa. Foi a intolerância que arrastou Madalena para a condenação pública numa praça para ser julgada por Jesus. E Jesus, tolerante, manso e humilde de coração foi transformando gradualmente os corações DE TODOS OS PRESENTES a ponto de torna los mansos e dóceis aos ensinamentos de Jesus.
Análise( Por que e para que)A mansidão é uma qualidade excepcional para a convivência entre as pessoas. A pessoa meiga. atraente, dócil e agradável sempre atrai os outros para si. É uma virtude arrebatadora de corações alheios, pois comunica ternura, PACIÊNCIA, tolerância com as escolhas, benevolência e bem estar. Todos gostam de se acercar de uma pessoa meiga, pois sabem que a convivência com ela é sempre agradabilíssima e gratificante. Muito diferente das pessoas petulantes, asquerosas, briguentas, agressivas, ríspidas e intransigentes, que sempre afastam os outros delas.
Quem convive com uma pessoa meiga vive em um mar de rosas e em permanente felicidade. É por isto que Jesus disse que
estas pessoas possuirão a terra
, pois conquistam o coração dos outros e vivem em paz e harmonia permanentes.
As guerras e as desavenças entre as pessoas, entre marido e mulher , entre pais e filhos, entre irmãos e familiares, entre colegas de trabalho, entre superiores e subordinados, entre parentes e vizinhos são produzidas por ausência de mansidão no coração das pessoas e dos governantes . Traumas de criação, drogas e uso inveterado de bebidas geralmente estão por trás dos comportamentos ríspidos e intolerantes, resultado de neuroses que não foram resolvidas ou da ausência de Deus no coração das pessoas que as impedem de serem dóceis e misericordiosas.

Situações de Vida( Exemplos e Testemunhos)
Conhecemos as histórias de vários casais que viveram dramas desagradáveis de convivência por falta de mansidão. Na maioria deles a ausência de mansidão gerou a separação. Os esposos, vítimas da bebida e de seus traumas de vida tinham dois comportamentos. Sem bebida eram pessoas maravilhosas, meigas e agradáveis. Bom marido, bom companheiro, diligente e prestativo. Mas quando bebiam tornam-se outras pessoas: agressivas e insuportáveis. A separação acaba sendo o único remédio para muitos deles.Pessoalmente só em uma situação pudemos festejar com alegria a reconciliação de um casal nesta situação, ele psicologo e ela professora que festejaram a reconcilição com uma maravilhosa viagem a Europa e um agradecimento especial a Deus aos pés da Rainha da Paz, em Medjgore.
Exemplos Bíblico
PRECE DE UM JUIZ
AJUDA-ME SENHOR, a ser justo e firme, honesto e puro, comedido e magnânimo, sereno e humilde. Que eu seja implacável com o erro, mas compreensivo com os que erraram. Amigo da verdade e guia dos que a procuram. Aplicador da lei, mas antes de tudo, cumpridor da mesma. Não permita jamais que eu lave as minhas mãos como Pilatos diante do inocente, nem atire , como Herodes, sobre os ombros do oprimido, a túnica do opróbrio. Que eu não tema César e nem, por temor dEle, pergunte ao poviléu, se ele prefere "Barrabás ou Jesus "...Que o meu veredito não seja anátema candente e sim mensagem que regenera, a voz que conforta, a luz que clareia, a água que purifica, a semente que germina, a flor que nasce no estrume do coração humano.
Que a minha sentença possa levar consolo aos atribulados e alento ao perseguido. Que ela possa enxugar as lágrimas da viúva e o pranto dos órfãos.
E quando diante da cátedra em que assento desfilarem os andrajosos, os miseráveis, os párias sem fé e sem esperança nos homens, espezinhados, escorraçados, pisoteados e cujas bocas salivam sem ter pão e cujos rostos são lavados nas lágrimas da dor, da humilhação e do desprezo, AJUDA-ME SENHOR, a saciar a sua fome e sede de justiça(...)
AJUDA-ME SENHOR, Quando me atormentar a dúvida, ilumina o meu espírito; quando eu vacilar, alenta a minha alma; quando eu esmorecer, conforta-me; quando eu tropeçar, ampare-me.

E QUANDO UM DIA, finalmente, eu sucumbir e já então como réu comparecer à Tua Augusta Presença para o último Juízo, olha SENHOR, compassivo para mim. Dita , SENHOR, a Tua Sentença. Julga-me como um Deus.
Eu julguei como homem.

( Obs. O autor desta belíssima e comovente oração, Dr. João Alfredo Medeiros Vieira foi Juiz de Direito da 9ª Circunscrição Judiciária de Santa Catarina, com sede em Joaçaba).

quarta-feira, 4 de março de 2009

UM PEQUENO GRANDE HOMEM

O FATO desta quinzena tem como texto bíblico o Evangelho de Lucas, no capítulo 19, versículos 1 a 10, cujo conteúdo é rico, variado e nos mostra como Deus pode exercer extraordinária transformação quando ocorre um encontro com Jesus como aconteceu com o nosso grande homem.

INTRODUÇÃO

Há uma grande semelhança entre o jovem rico e Zaqueu, pois ambos tinham a mesma preocupação: a herança da vida eterna. Embora tivessem um estilo de vida completamente diferente, a necessidade básica dos dois era uma só. Eram homens diferentes, com origens e formação diferentes, provavelmente de idade diferentes também. Cada um tinha vindo de um ambiente e de uma cultura e tinham cada um a sua história.

Zaqueu provém de uma palavra hebraica traduzida como "justo". Ele era de Jericó, uma cidade muito próspera que ficava perto da fronteira da Peréia, e distava cerca de 24 km de Jerusalém. Era líder dentre os publicanos, isto é, chefe dos cobradores de impostos. Recebia, assim, comissão sobre tudo que era arrecadado.

A - SUAS QUALIDADES

1. Era curioso. Ele procurava ver quem era Jesus ( versículo 3 do texto básico(. Apesar de rico, apesar de chefe dos demais coletores de impostos daquele distrito, desejava conhecer alguém muito especial, um homem famosos por seus feitos poderosos, que andava fazendo o bem.Muitas vezes pensamos na curiosidade como defeito, mas muitas ve\zes também nos enganamos. A curiosidade fútil de conhecer os males da vida alheia para divulgá-los é um mal, é pecado diante de Deus, mas curiosidade sã, que tem por objetivo adquirir conhecimento de alguma coisa útil e boa é uma virtude. Zaqueu era curioso no bom sentido do termo. O crente deve ser curioso nessa sentido. Ele deve estar interessado em devassar os segredos da Palavra de Deus, e crescer no conhecimento da vida espiritual para se tornar mais sábio e eficiente. A curiosidade é útil à investigação. Não existiria a ciência moderna se os cientistas não fossem curiosos. Por isso a curiosidade de Zaqeu deve ser considerada por todos nós, amado leitor, uma virtude e não um defeito. A curiosidade em si não é um mal. O seu motivo é que a torna boa ou má. O motivo de Zaqueu era conhecer Jesus, e esse motivo é sempre muito bom.

2. Era determinado. Ele não podia ver Jesus, porque era muito pequeno. Então teve uma idéia. Viu uma árvore a certa distância, correu e subiu nos seus galhos. Lá de cima pode descobrir o Mestre. O fato de subir na árvore haveria de chamar a atenção do povo. Mas, ele havia proposto ver Jesus, e tudo faria para realizar o seu objetivo. Tinha determinação, era resolvido. Sabia agir com presteza. É essa uma ótima qualidade no homem. Infelizmente daqueles que sofrem da vontade e são indecisos, irresolutos sem iniciativa. Na vida espiritual a determinação é de valor. Há muitas pessoas que ficam por longo tempo vacilantes, indecisas diante de Cristo. Conhecem-no, mas estão sempre adiando a sua decisão. Parece que são imóveis no espírito, incapazes de resolver. Zaqueu não era assim. As suas resoluções foram rápidas, desde que o objetivo já estivesse definido. Nós também devemos ser assim. Se somos cristãos, vamos viver como cristãos; se gostamos da igreja de Cristo, vamos nos filiar a ela, sem demora.

3. Era hospitaleiro. Jesus lhe disse que desejava hospedar-se com ele naquele dia (v.5). Desceu depressa e cheio de alegria o recebeu (v.6). Talvez hospedasse poucas pessoas, porque sendo chefe dos publicanos não era estimado (v.7), mas no seu coração existia a boa disposição de hospedar amigos. a sua casa estava pronta para receber o grande homem que chegava à sua cidade. A hospitalidade prazeirosa é uma qualidade que tem que ser inerente ao cristão (Hebreus 13.2; 1 Pedro 4.9-10).

4. Era um grande pecador. Tinha várias virtudes, mas era um grande faltoso diante de Deus e da sociedade. A primeira prova de que era grande pecador se encontra no fato de ser chefe dos publicanos e rico. Como sabemos, os publicanos eram os coletores de impostos para o governo romano, o qual exigia uma certa importância dos coletores, mas pouco se incomodava que eles agissem mal cobrando além do que era justo. Zaqueu, como chefe dos publicanos, estava em melhores condições para roubar nos impostos. Por isso a sua riqueza devia ser em grande parte roubada. Um comentarista diz que Zaqueu era um velhaco. Por causa das suas atividades era odiado pelos patriotas e desprezado pelos elementos bons da sociedade. Como um velhaco cobrador do imposto não podia merecer a consideração da sociedade e como um agente do governo estrangeiro e que dominava, não podia agradar aos patriotas. Era faltoso em todos os sentidos, tanto diante de Deus como diante dos homens. Mas a maior prova de que ele era um grande pecador encontramos no versículo dez, onde Jesus diz " O Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido". Era um perdido e Jesus conversou com ele para salvá-lo,

O próprio Zaqueu sentia os seus pecados, as suas faltas, e por isto sentia falta de paz. O ímpio não tem paz, disse o profeta, e ele era um ímpio. Mesmo sendo rico, não era feliz. Certamente, com alguma freqüência, a sua consciência se despertava pra torturá-lo. Era judeu e conhecia a lei. Sentia pesar sobre a sua alma a justiça do Senhor e desejava encontrar perdão para os seus pecados, mas não conhecia os meios próprios para consegui-lo. O formalismo do templo não podia ajudá-lo. Ele não gozava da simpatia do povo. Era um desprezado, ele um elemento asqueroso da sociedade. Ele, com o seu temperamento hospitaleiro, alegre, jovial devia sentir-se mal com tudo aquilo. Desejava mesmo uma mudança de vida. Vejamos o que sucedeu com ele.

B - SEU ENCONTRO COM CRISTO

O importante da passagem de Jesus por Jericó foi o encontro que teve com Zaqueu. Consideremos esse encontro:

1 - Zaqueu procurou encontrar-se com Jesus. Ele ficou ocupado em procurar Jesus. O seu desejo era muito grande de ver o Mestre. A sua atitude é a do faminto que espera achar o pão e a do sedento que vislumbra uma fonte de água. Porém, apareceram algumas dificuldade, as quais procurou vencer. A primeira delas foi a sua estatura. Ele era pequeno e se não tomasse alguma providência, perderia a oportunidade. Assim sendo, correu e subiu numa árvore. Outra dificuldade que teve de enfrentar foi o fato de ser um publicano. O povo não gostava dele. Os que estavam interessados em Jesus haveriam de se aborrecer. Mesmo os outros publicanos estranhariam a sua atitude. Uma terceira dificuldade era a sua riqueza. Jesus era pobre e andava acompanhado de homens pobres. A aparência dele revelaria logo a sua condição material. Interessar-se pelo Mestre era correr o risco de ter de sustentar aquele grupo todo de discípulos. Mas ele deixou a questão das riquezas para o lado e procurou realizar o seu desejo.
Texto de Assis Ferreira da Silva, extraído de FOLHA DO ASSIS

(Continua no Próximo Número)

domingo, 1 de março de 2009

AS BEM-AVENTURANÇAS- OS PACÍFICOS

Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

OS ANJOS ANUNCIARAM A CHEGADA DE JESUS COM ESTE HINO DE LOUVOR:
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.
Então, de repente, apareceu junto ao anjo grande multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo:
"Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade".
Era próprio de Jesus saudar os apóstolos com a expressão “A PAZ ESTEJA CONVOSCO!” E Jesus é também chamado o Príncipe da PAZ. E usava sempre expressões como estas: A paz esteja convosco! Eu vos dou a minha paz.

João Paulo II dizia: ” A verdadeira paz é fruto da justiça, virtude moral e garantia legal que vela sobre o pleno respeito de direitos e deveres e a equitativa distribuição de benefícios e encargos. Mas, como a justiça humana é sempre frágil e imperfeita, porque exposta como tal às limitações e aos egoísmos pessoais e de grupo, ela deve ser exercida e de certa maneira completada com o perdão que cura as feridas e restabelece em profundidade as relações humanas transtornadas. Isto vale tanto para as tensões entre os indivíduos, como para as que se verificam em âmbito mais alargado e mesmo as internacionais.
O perdão não se opõe de modo algum à justiça, porque não consiste em diferir as legítimas exigências de reparação da ordem violada; mas visa sobretudo aquela plenitude de justiça que gera a tranquilidade da ordem, a qual é bem mais do que uma frágil e provisória cessação das hostilidades, porque consiste na cura em profundidade das feridas que sangram nos corações. Para tal cura, ambas, justiça e perdão, são essenciais.”
E mais: “. Neste grande esforço, os líderes religiosos têm uma sua responsabilidade específica. As confissões cristãs e as grandes religiões da humanidade devem colaborar entre si para eliminar as causas sociais e culturais do terrorismo, ensinando a grandeza e a dignidade da pessoa e incentivando uma maior consciência da unidade do gênero humano. Trata-se de um campo concreto do diálogo e da colaboração ecumênica e inter-religiosa, colocando as religiões ao serviço da paz entre os povos. “
. Orar pela paz significa rezar pela justiça, por um reto ordenamento no âmbito das Nações e nas relações entre elas. Quer dizer também rezar pela liberdade, especialmente pela liberdade religiosa, que é um direito humano e civil fundamental de cada indivíduo. Orar pela paz significa rezar para alcançar o perdão de Deus e, ao mesmo tempo, crescer na coragem de que necessita quem, por sua vez, quer perdoar as ofensas sofridas.
. Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão: eis o que quero anunciar nesta Mensagem a crentes e não crentes, aos homens e mulheres de boa vontade, que têm a peito o bem da família humana e o seu futuro.
Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão: é o que quero lembrar aos que detêm as sortes das comunidades humanas, para que nas suas graves e difíceis decisões, se deixem sempre guiar pela luz do verdadeiro bem do homem, na perspectiva do bem comum.
Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão: não me cansarei de repetir esta advertência a todos os que, por uma razão ou por outra, cultivam dentro de si ódio, desejo de vingança, propósitos de destruição.
Na realidade, a verdadeira paz é « obra da justiça » (Is 32, 17)
Como já foi dito, a paz é um produto da justiça. E para Santo Agostinho PAZ é a tranqüilidade na ordem.
Poderíamos afirmar que as principais características da PAZ podem ser encontradas nesta belíssima oração de São Francisco:

SENHOR ! fazei-me instrumento de vossa paz,
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó MESTRE, fazei que eu procure mais,
Consolar, que ser consolado,
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

O JORNALISTA evangélico norteamericano Philip Yancey, no seu excelente livro JESUS QUE EU NUNCA CONHECI, dedica um capítulo deste livro para fazer uma profunda reflexão sobre as Bem-Aventuranças. Com relação aos pacificadores ele descreve os desafios de Gandhi e do Pastor Mather Luther King Jr. Para cumprirem fielmente este propósito aprendido com a mensagem de Jesus. Como Jesus, eles também se tornaram modelares defensores da não violência a ponto se sofrerem o martírio da própria vida para serem fieis ao cumprimento desta mensagem de Jesus. É desse livro a reflexão a seguir”
“Cresci em Atlanta, do outro lado da cidade de Martin Luther King, Jr., e confesso com alguma vergonha que, enquanto ele liderava passeatas em lugares como Selma, Montgomery e Memphis, eu estava do lado dos policiais brancos com os seus cassetetes e cães pastores. Fui rápido em apontar suas falhas morais e lento em reconhecer meu próprio pecado de cegueira. Mas, porque ele permaneceu fiel, oferecendo o seu corpo como alvo, nunca como arma, ele atravessou meus calos morais.
O alvo em si, King costumava dizer, não era derrotar o homem branco, mas “despertar um sentimento de vergonha dentro do opressor e desafiar o seu falso senso de superioridade [...] O fim é a reconciliação; o fim é a redenção; o fim é a criação da comunidade bem-amada”. E foi o que Martin Luther King, Jr. finalmente conseguiu despertar, até mesmo em racistas como eu.
King, como Gandhi antes dele, morreu como mártir. Depois de sua morte, mais e mais pessoas começaram a adotar o princípio do protesto sem violência como meio de exigir justiça. Nas Filipinas, depois do martírio de Benigno Aquino, pessoas comuns derrubaram um governo reunindo-se nas ruas para orar; tanques armados foram interceptados por filipinos ajoelhados, como se fossem bloqueados por uma força invisível. Mais tarde, no notável ano de 1989, na Polônia, na Hungria, na Checoslováquia, na Alemanha Oriental, na Bulgária, na Iugoslávia, na Romênia, na Mongólia, na Albânia, na União Soviética, no Nepal e no Chile, mais de meio bilhão de pessoas descartaram-se do jugo da opressão por meios não-violentos. Em muitos desses lugares, especialmente nas nações da Europa Oriental, a igreja liderou o caminho. Os demonstradores marcharam pelas ruas carregando velas, cantando hinos e orando. Como nos dias de Josué, os muros desmoronaram.
Os pacificadores serão chamados filhos e filhas de Deus.”

John Stott nos oferece a seguinte reflexão sobre este mesmo tema
“Cada cristão, de acordo com esta bem-aventurança, tem de ser um pacificador, tanto na igreja como na sociedade. É verdade que Jesus diria mais tarde que não viera "trazer paz, mas espada", pois veio "causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra", de modo que os inimigos do homem seriam "os da sua própria casa". E com isso ele queria dizer que o conflito seria o resultado inevitável da sua vinda, até mesmo dentro da família, e que, para sermos dignos dele, teríamos de amá-lo mais e colocá-lo em primeiro lugar, até mesmo acima de nossos entes mais próximos e mais queridos. Entretanto fica mais do que explícito, através dos ensinamentos de Jesus a seus apóstolos, que jamais deveríamos nós mesmos procurar o conflito ou ser responsáveis por ele. Pelo contrário, somos chamados para pacificar, devemos ativamente "buscar" a paz, "seguir a paz com todos" e, até onde depender de nós, "ter paz com todos os homens".
Mas a pacificação é uma obra divina, pois paz significa reconciliação, e Deus é o autor da paz e da reconciliação. Na verdade, exatamente o mesmo verbo que foi usado nesta bem-aventurança o apóstolo Paulo aplicou ao que Deus fez através de Cristo. Através de Cristo, Deus se agradou em "reconciliar consigo mesmo todas as cousas", "havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz". E o propósito de Cristo foi "que dos dois (sc. judeu e gentio) criasse em si mesmo novo homem, fazendo a paz". Portanto, quase não nos surpreende que a bênção particularmente associada aos pacificadores é que eles "serão chamados filhos de Deus", pois estão procurando fazer o que seu Pai fez, amando as pessoas com o amor dele, como Jesus logo tornaria explícito. O diabo é que é agitador; Deus ama a reconciliação e, através dos seus filhos, tal como fez antes através do seu Filho unigênito, está inclinado a fazer a paz.
Isto nos faz lembrar que as palavras "paz" e "apaziguamento" não são sinônimas; e a paz de Deus não é paz a qualquer preço. Ele fez a paz conosco a um preço imenso, o preço do sangue que era a vida do seu Filho unigênito. Nós também, embora em escala menor, vamos descobrir que fazer a paz é um empreendimento custoso(...). Muitos exemplos poderiam ser dados de paz através do sofrimento. “
Exemplos Bíblicos
Lucas 10 E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa.
E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós.
Lucas 24 36 Enquanto ainda falavam nisso, o próprio Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: [Paz] seja convosco.
João 20 19 Chegada, pois, a tarde, naquele dia, o primeiro da semana, e estando os discípulos reunidos com as portas cerradas por medo dos judeus, chegou Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: [Paz] seja convosco.
15 [Paz] seja contigo. Os amigos te saúdam. Saúda os amigos nominalmente. ( É a saudação de São João )
Mas é no finalzinho do Capítulo 5 de Mateus que Jesus mostra para a multidão no monte o roteiro a ser seguido pelo pacificador cristão:
“Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente.
Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra.
Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa.
Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil.
Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado.
Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem.
Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.
Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?
Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito
Continuaremos