domingo, 7 de junho de 2009

A REALIDADE BRASILEIRA À LUZ DOS ENSINAMENTOS DO PROFETA MIQUÉIAS

Segunda Parte
O profeta Miquéias nasceu em Morasti, uma vila no interior do reino de Judá. Sua origem camponesa se manifesta na linguagem concreta e franca, nas comparações breves e nos jogos de palavras. Ele exerceu sua atividade em fins do século VIII a.C., quando sua região estava sendo devastada pelos assírios.

Miquéias, entrentanto, denuncia uma situação mais perversa do que a própria guerra em andamento: a cobiça e injustiças sociais, onde ele vê a causa principal da ira de Deus (2,8). Após descrever os estragos da guerra (1,8-16), o profeta nos conduz à capital, onde ele se defronta com os ricos e com os dirigentes políticos e religiosos. Vindo da roça, Miquéias acusa-os de roubar casas e campos para se tornarem latifundiários (2,1-2) e os condena por mandar matar até mulheres e crianças para se apoderarem das terras (2,9). Com o poder nas mãos, eles dançam ao ritmo do dinheiro, falseando o peso das mercadorias (6,10-12). Miquéias mostra que a riqueza deles se baseia na miséria de muitos e tem como alicerce a carne e o sangue do povo (7,1-4). Eles, porém, insistem, com a Bíblia na mão, em provar que são justos (2,6-7) e que Deus está com eles (3,11); procuram combinar religião com opressão aos fracos. Miquéias denuncia tal perversão como atitude idolátrica (1,5); por isso, é taxativo: eles, juntamente com a luxuosa capital e o próprio Templo, serão destruídos (3,9-12).
NOVOS CAMINHOS
Uma Nova Assembléia Constituinte, composta só por notáveis e sem custo para a Nação, a não ser o de estada e de locomoção, deveria rever as nossas práticas, consultando inicialmente o povo brasileiro para dele saber o que mais o aborrece e o enoja no poder constituído atual; fazer um levantamento minucioso de nossas mazelas, aberrações e desmandos e propor à Nação um novo modelo que possa coibir todos os abusos e exageros atualmente praticados e recolocar o País nos trilhos da ética, da vergonha, da seriedade, conduzido por uma democracia ética e incorruptível de que o povo possa verdadeiramente dela se orgulhar.

O ingresso nos cargos eletivos ou de gestão da coisa pública deveria ser precedido pela apresentação do candidato de uma certidão comprobatória da lisura e legitimidade na aquisição de seus bens, depois de passar pelo crivo rigoroso e minucioso de análise de sua procedência.
O mesmo exame deveria ocorrer na exoneração, aposentadoria ou término do mandato, confrontando os valores de entrada e saída, rastreando bens de parentes e assessores mais chegados.
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão consolados”.
Este grito de alerta é apenas uma semente. Um clamor em favor de nosso povo, pedindo a misericórdia e as bênçãos de Deus para que Ele nos ilumine e nos ajude a endireitar essas veredas que estão por demais distantes de seus ensinamento, que são fundamentados na VERDADE e na JUSTIÇA a serviço de cada irmão, sobretudo do mais pobre, que não usufrui plenamente de nossas riquezas e que não possui haveres suficientes para pagar tamanhas aberrações.

Augusto Ferreira Neto-Professor, Membro do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais – Ex-Presidente Nacional da CNEC